Planalto vai abrir as torneiras de emendas parlamentares pela votação da proposta
O Palácio do Planalto vai abrir
as torneiras das emendas parlamentares para aprovar a reforma da
Previdência antes do fim de fevereiro e consolidar a estratégia de
montar uma ampla frente eleitoral com todos os partidos da base aliada. O
governo Michel Temer avalia ter um “arsenal” maior do que o usado em
votações importantes do ano passado para convencer o Congresso a votar a
matéria e aglutinar a base.
Do ano passado, somente em restos a
pagar de emendas parlamentares – que podem ser destinadas por deputados
federais e senadores a redutos eleitorais – e novas emendas do Orçamento
deste ano são mais de R$ 20 bilhões. Somados outros R$ 10 bilhões que o
governo estima economizar ainda neste ano caso a reforma da Previdência
seja aprovada, e que seriam usados em obras que podem render dividendos
eleitorais aos aliados neste ano, o valor do “arsenal” de Temer pode
superar R$ 30 bilhões.
Na
avaliação do Planalto, a reforma é o que falta para a construção de uma
candidatura única de centro e, assim, assegurar a maior parcela de tempo
no rádio e na TV e do fundo eleitoral. Nesta quinta-feira (18), o
Estado mostrou que Temer vai condicionar a manutenção dos partidos no
comando de ministérios ao apoio a um único nome na disputa pela
Presidência na tentativa de isolar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o PT.
Temer e seus
aliados avaliam que a aprovação da reforma da Previdência deve gerar
mais investimentos na economia e, consequentemente, uma sensação de
melhora que pode resultar em votos. Além disso, teria um caráter
simbólico de coesão dos partidos da base que pode ser levado para a
campanha eleitoral.
Além de poder usar os restos a pagar de 2017, o governo
tem todo o potencial de liberação de emendas do Orçamento de 2018 para
convencer os parlamentares. Nas palavras de um auxiliar de Temer, “ano
novo, Orçamento novo”.
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