Na ânsia de
ver se o tiranete Lula escapa, o partido totalitário fala até em
"derramamento de sangue". Escreve J. R. Guzzo (Fatos, Veja.com): "'a mídia,
em peso, reproduz a sua oração oficial, segundo a qual Lula é vítima de
um “processo político”. Mas não vai acontecer no país real o cataclismo
anunciado diariamente, nem “as ruas” vão impedir que a decisão judicial
seja executada. Por acaso Lula e o PT vão conseguir colocar 500.000
pessoas na Avenida Paulista para protestar contra o veredito do TRF-4?
Por acaso no dia seguinte as fábricas, lojas e demais pontos de trabalho
estarão vazios por força de uma greve geral em todo o país? Por acaso
Lula vai fazer um comício monstro no dia 25 ─ ou, como se diz, estará
viajando para o estrangeiro? São, como na velha canção, apenas as
“perdidas ilusões” de sempre":
Estes
últimos dias antes do julgamento decisivo do Tribunal Regional Federal
de Porto Alegre sobre a sentença que condenou o ex-presidente Lula a
nove anos e meio de prisão por corrupção têm sido uma coisa triste. Não
que se esperasse nada de melhor por parte do réu e da multidão de
advogados nervosos, militantes frustrados, palpiteiros, puxa-sacos e o
resto dos habitantes do seu sistema ecológico atual. Esperar como, se o
comandante supremo teve a ideia (que muita gente achou genial) de tentar
transformar o juiz do processo em réu, e o réu em juiz? Jamais poderia
resultar algo de bom de um negócio desses ─ e obviamente não resultou.
Lula e o seu exército nunca levaram a sério a ação penal movida contra
ele, achando que jamais “este país” se atreveria a encará-los.
Desprezaram, desde o início, o processo legal. Acharam-se capazes de
intimidar o juiz Sérgio Moro e o MP, como intimidam um tucano qualquer
desses que voam por aí. Ameaçaram, sabe-se lá quantas vezes, entrar em
guerra contra “eles”, parar “este país”, levar para a rua suas tropas de
sem-terra, sem-teto e sem ocupação. Quando perceberam que não iam
ganhar no grito, tempos atrás, já não havia mais o que fazer. Esses são
os fatos. Agora, com o desfecho à vista, não lhes ocorre outra ideia que
não seja gritar mais, ameaçar mais e insultar mais do que têm feito.
Conseguem apenas parecer ainda mais desequilibrados.
A
presidente do PT, por exemplo, fala em “derramamento de sangue”. Um
senador do partido diz que Lula é o nosso “Nelson Mandela” ─ não diz uma
sílaba, é claro, sobre o detalhe de que Lula teve as máximas garantias
da lei para se defender, e que foi condenado por recebimento de propina.
Promete-se, todos os dias, multidões em Porto Alegre e no resto do
Brasil para “impedir” a execução da sentença.
A mídia,
em peso, reproduz a sua oração oficial, segundo a qual Lula é vítima de
um “processo político”. Mas não vai acontecer no país real o cataclismo
anunciado diariamente, nem “as ruas” vão impedir que a decisão judicial
seja executada. Por acaso Lula e o PT vão conseguir colocar 500.000
pessoas na Avenida Paulista para protestar contra o veredito do TRF-4?
Por acaso no dia seguinte as fábricas, lojas e demais pontos de trabalho
estarão vazios por força de uma greve geral em todo o país? Por acaso
Lula vai fazer um comício monstro no dia 25 ─ ou, como se diz, estará
viajando para o estrangeiro? São, como na velha canção, apenas as
“perdidas ilusões” de sempre.
Tudo
isso serve apenas para que nossos mais reverenciados liberais, as
reservas morais da sociedade brasileira “civilizada”, tenham a
oportunidade de fingir que acham chato que Lula, caso acabe realmente
condenado, não dispute as eleições de 2018. Que pena, não é mesmo? Seria
tão bom ele concorrer e perder. As eleições seriam tão mais
“legítimas”. Tudo ficaria tão bonito. O New York Times acharia tão
bacana. Trata-se de uma combinação de hipocrisia com mania de
desrespeitar a lei. Não cabe a ninguém achar “melhor” ou “pior” que Lula
seja ou não seja candidato. Não é uma questão de opinião. É unicamente
uma questão de justiça.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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