Com a diminuição de blocos com cordas que vão desfilar nos circuitos
soteropolitanos do Carnaval, a quantidade de cordeiros necessários para
atender o evento também sofreu uma baixa vertiginosa. Dos 50 mil
cordeiros que trabalharam no Carnaval de Salvador em 2014, apenas 25 mil
foram contratados no ano passado e, em 2018, a previsão é que um número
entre 10 e 15 mil cordeiros consigam trabalho temporário na maior festa
de rua do mundo. “Hoje não há previsão de onde alocar esse pessoal. Há
uma fragilização e perda de postos de trabalho temporário não só para os
cordeiros, mas também para toda a cadeia produtiva que atua na festa,
como seguranças, funcionários de apoio no trio, etc”, explicou o
presidente do Sindicato dos Cordeiros do Estado da Bahia (Sindicorda),
Matias Silva. Segundo ele, não basta reinventar o Carnaval e baixar as
cordas, mas também é necessário discutir como é que ficam os
trabalhadores temporários. “O sindicato está negociando com a prefeitura
a possibilidade de qualificar os cordeiros a partir de 2019 para que
eles possam trabalhar em vários eventos durante o verão e também no
apoio nos trios independentes”, falou o diretor do Sindicorda, Matheus
Silva. Em reuniões para negociação das diárias dos blocos, o sindicato
informou ao Bahia Notícias que chegou ao valor mínimo de R$ 51,
incluindo o transporte. Além do pagamento, os cordeiros são assistidos
por termo de Ajuste de Conduta (TAC) permanente firmado no Ministério
Público do Trabalho (MPT) em 2017. O documento garante direitos como
obrigação de fornecimento de água, lanches e de equipamentos de proteção
individual, além do registro de contrato temporário de trabalho, com
recolhimento ao INSS ou seguro privado para o caso de acidentes. À
frente da medida, a procuradora Andréa Tannus Freitas declarou em nota
que o TAC simplifica a relação entre entidades carnavalescas e
trabalhadores. “O TAC apenas esclarece o que está na lei e a lei vale
para todos, por isso todos os blocos, mesmo os que não assinaram o
documento, têm obrigação de cumprir suas cláusulas, sob pena de sofrerem
ações na Justiça do Trabalho”, afirmou.
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