"A esmagadora maioria
dos jovens não tem problemas de identidade sexual ou de género. As
situações de disforia de género são poucas e devem merecer a atenção da
Psiquiatria e da Psicologia e não do Estado. É um erro a política querer
meter-se nas questões de ciência, sempre que o fez deu mau resultado".
Artigo de Abel Matos Santos, publicado no Observador, aborda de forma clara a perversa "ideologia de gênero", que o governo português quer transformar em lei:
Para a nova Lei do
Governo, da responsabilidade da agora demitida Catarina Marcelino,
apoiada pelo BE e PAN, mudar de sexo passa a ser possivel aos 16 anos,
de forma arbitrária, a qualquer português, somente, devido à sua
vontade.
Não estamos perante
uma questão científica mas sim política! Estamos a falar de um tema que
se insere numa ideologia sem qualquer base científica credível, que quer
subjugar a ciência, permitindo que as pessoas mudem de nome e sexo, de
forma arbitrária, aos 16 anos ou noutra idade qualquer.
Será que a maioria dos eleitores do PS e do BE são a favor desta Lei? Já para não falar na maioria dos Portugueses.
Apresentam uma Lei
para auto-determinação do Género mas o que querem mudar no registo cívil
é o Sexo. Por isso, importa explicar o que se discute e o que está
escondido e não é explicado. De forma simples os quatro conceitos
fundamentais são:
O Sexo, que é imutável, atribuído aquando da fecundação e é genético, biológico.
O Género é a representação social, cultural de masculinidade e ou feminilidade, e, de mais umas dezenas de formas descritas.
Transgénero é
um termo mais abrangente que engloba pessoas que se auto identificam
como estando ou vivendo fora dos papéis de género socialmente
construidos de masculinidade e feminilidade.
Transsexual é o
termo usado para conceptualizar e descrever uma parte das pessoas
transgénero que desejam alterações físicas aos seus corpos, como
Terapêutica Hormonal e cirurgia de re-atribuição sexual, para adequarem
de facto as características sexuais do corpo ao sexo que pretendem.
Portanto, o que querem com esta lei é mudar no registo civil o Género à custa do Sexo.
Com esta Lei vamos
ter pessoas do sexo masculino e feminino, que não são transsexuais
porque nada fizeram nem nada querem fazer para adequar o corpo ao sexo
que dizem desejar ou com o qual se identificam.
Vamos ter pessoas do
sexo masculino, com um corpo e uma biologia masculina a mudar para um
nome e sexo feminino no Cartão de Cidadão (e vice-versa), bastando dizer
que se sentem identificadas com o sexo oposto, e, toda a sociedade,
pessoas e instituições, terão de obedecer a essa imposição ideológica
que não é real, sendo que se não o fizerem, poderão sofrer pesados
castigos judiciais que a lei prevê.
A “mulher” que é homem no duche das mulheres, no ginásio ou nas escolas.
Com esta Lei vamos
poder ter uma pessoa do sexo masculino, que muda de nome e sexo no
registo civil para feminino, vai ao ginásio e no fim do treino vai para
os balneários das Mulheres tomar duche, com as outras mulheres, com o
seu corpo e pénis masculino.
Quem defende as
mulheres desta opressão? Se as mulheres se queixarem e o ginásio retirar
o transgénero do balneário, poderá queixar-se por discriminação de
género e o ginásio e as mulheres poderão ser processadas judicialmente.
O homem grávido.
Outra situação que
vai acontecer se esta ridícula lei for aprovada é que Portugal terá o
primeiro “homem” grávido. Passo a explicar, um ser humano do sexo
feminino, muda de nome e sexo no registo civil para masculino, como
mantém aparelho reprodutor feminino, engravida e depois quando o bebe
nascer, ele será legalmente filho de um homem, porque no registo civil
essa pessoa consta como sendo do sexo masculino.
Bem sabemos que o
conceito de Liberdade das esquerdas é totalitário, de imposição
ideológica. E quando a política não se aplica à realidade, o que fazem é
mudar a realidade por decreto, porque a política tem de estar certa. É
exactamente isto que o Governo e o BE estão a fazer.
Em Portugal há muitas
décadas que se acompanham transsexuais, e devo dizer que bem. Eu já o
faço há 20 anos, e, a principal razão que deram para mudar a Lei em
2011, era a de retirar da esfera judicial a possibilidade de as pessoas
mudarem de sexo e nome no Registo Civil, mudança essa que já se fazia
muito antes.
Agora, vêm
judicializar ao contrário! Permitindo que se possa mudar de nome e sexo
aos 16 anos e se a pessoa se arrepender e quiser voltar atrás, a Lei já
não deixa, tendo a pessoa que intentar uma acção judicial contra o
Estado.
Os pais dos adolescentes veem nesta Lei um estímulo para amplificar as dúvidas e incertezas próprias da adolescência.
Ninguém entende como
aos 16 anos não se pode votar, não se pode beber nem fumar, não se pode
conduzir, mas pode-se mudar de sexo, mesmo que os pais legitimamente
queiram saber se algo de errado se passa com o filho.
Estamos perante um
atentado à Liberdade dos Pais de educarem os filhos, e, mais grave, de
cuidar deles! Um totalitarismo para o qual os cidadãos têm de ser
esclarecidos.
É o Estado a entrar
porta dentro das casas das famílias portuguesas num processo nunca visto
nas democracias ocidentais. Os Pais têm o direito de querer ajudar os
filhos, de os levar ao médico, ao psicólogo, ou a quem entenderem para
saber o que se passa!?
Invocando a
liberdade, estão a abrir um precedente gravíssimo em termos de Saúde,
porque a lei permite que os menores possam ser acompanhados por médicos
ou psicólogos só se o quiserem.
É que os jovens podem
ter patologias várias como psicoses, perturbações da personalidade,
tumores cerebrais, patologias endócrinas e outras que podem levar a
alterações da personalidade e também da identidade sexual ou de género.
Várias doenças como a
Anorexia Nervosa, Fobias ou auto-mutilações podem existir sem que as
pessoas queiram ou desejem qualquer tipo de acompanhamento clínico.
Para os promotores
desta legislação o respeito pela liberdade dos menores é o de permitir
que não sejam vistos por clínicos, sendo que podem estar doentes!
Estão a expulsar a
Medicina e a Psicologia de um campo onde naturalmente elas tem de estar,
com consequências imprevisíveis e gravíssimas do ponto de vista de
saúde individual e até do ponto de vista da saúde pública.
A esmagadora maioria
dos jovens não tem problemas de identidade sexual ou de género. As
situações de disforia de género são poucas e devem merecer a atenção da
Psiquiatria e da Psicologia e não do Estado. É um erro a política querer
meter-se nas questões de ciência, sempre que o fez deu mau resultado.
O articulado da Lei
proposta pelo Governo é totalmente ambíguo e mal definido, porque refere
que “salvo em situações de comprovado risco para a sua saúde”, os
menores só podem ser submetidos a “intervenções cirúrgicas,
farmacológicas ou de outra natureza que impliquem modificações ao nível
do corpo ou das características sexuais” no “momento em que se manifeste
a sua identidade de género” e mediante autorização expressa do próprio
menor.
Podemos depreender da
lei que todos os bebés que nasçam com alterações nos orgãos sexuais,
sem comprovado risco para a sua saúde deixam de poder ser
intervencionados cirurgicamente!
Como pode um bebé dizer se quer ou não? Os pais e os médicos ficam proibidos de o fazer!
Como é que isto é
possível? Em pleno século XXI regressar à idade média! Situações
completamente claras na medicina, podem passar a ser proibidas à luz de
uma lei ideológica radical do BE e do PS.
Como se vê, a questão
é política e não científica! É a expressão máxima da ideologia do
género. E ficamos todos a pensar no que mais virá a seguir?
Sabemos que a maioria
destes casos de disforia de género em crianças e adolescentes, com um
acompanhamento conservador, se resolve pela não mudança de sexo ou de
género. Isto é que é a evidência clínica.
Para quê dar a
possibilidade, sem o fundamental tempo de reflexão e amadurecimento, aos
menores mudarem de sexo e nome para depois, (e pasme-se!), proibir a
sua reversibilidade, obrigando a pessoa a intentar acção judicial contra
o Estado, se o quiser fazer?
A totalidade das
estruturas cerebrais não estão desenvolvidas aos 16 anos. O cortex
pré-frontal aos 16 anos ainda está em formação, não está totalmente
desenvolvido e é responsável por várias funções que têm a ver com a
sexualidade, o género e outras.
O neurologista Castro
Caldas, no seu livro “A vida do cérebro”, afirma:”o cérebro está longe
de estar formado antes dos 20 anos”.
E é por tudo isto que
esta lei é iníqua, perigosa e não acrescenta nada de bom a quem tem
estas problemáticas, pelo contrário, vem introduzir mais dúvidas e
condições para mais gente se questionar se de facto tem uma problemática
de identidade sexual ou de género, em particular numa fase difícil da
vida como a adolescência.
E todos nós sabemos e
compreendemos como a adolescência é das fases mais difíceis para o ser
humano, talvez só comparável ao bebé que sai do meio aquático da barriga
da mãe para o meio aéreo quando nasce. É uma fase potencialmente
traumática, difícil e exigente, onde existem muitas dúvidas, anseios,
dificuldades e também muitas perturbações emocionais, mentais e
afectivas.
O Psiquiatra Daniel
Sampaio considera que a “autoridade dos pais é crucial e tudo o que
ponha em risco a segurança dos filhos não deve ser tolerado pelos pais”,
sendo “fundamental saber dizer “não” aos filhos”. E que “os jovens
precisam de regras, de orientações, de directrizes traçadas pelos pais.
Podem discordar, mas odeiam pais demitidos ou desinteressados”.
Em suma, devemos dar
segurança, tranquilidade, reflexão e ambição para uma vida boa e
saudável e não criar condições para as dúvidas, anseios e medos se
amplificarem e evoluírem para situações geradoras de mal-estar quando de
outra forma poderiam não surgir.
Há quem entenda que
esta Lei e tudo o que lhe está associado, como a doutrinação nas escolas
sobre a disforia do género, vem potenciar este efeito negativo.
De forma unânime, o
plural Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida,
manifestou-se contra esta Lei, pronunciando-se pela reprovação ética dos
mesmos, afirmando que:
*Não é um direito humano fundamental;
*A Lei desconsidera a natureza pública do acto com as consequências que dai advêm;
*Não se acautelaram questões associadas ao processo de maturação e desenvolvimento neuropsíquico.
Outro reputado
Psiquiatra, Pedro Afonso, afirmou que se opôe a esta Lei, “pois ela não
respeita a ciência médica”, e que “os adolescentes não podem ser objecto
de experiências de engenharia social”. Afirma que a agenda política do
BE é a de “promover a ambiguidade sexual e considerar normal aquilo que,
na maioria dos casos, é patológico”. Diz ainda que os casos de disforia
do género “devem ser referenciados para a psiquiatria e podem levar ao
suicídio”.
O Juiz Vaz Patto
alertou para o facto de esta Lei consagrar o direito de qualquer pessoa
ser tratada de acordo com o género que quer, e, impor directrizes às
instituições de ensino, forçando todos aos ditames próprios da
“ideologia do género”, limitando a liberdade de expressão.
Quanto às crianças e adolescentes, o Colégio Americano de Pediatras (www.acpeds.org) afirma que a grande maioria de casos de “disforia de género” em menores são superados com o normal crescimento.
Vários estudos e
autores, como Bradley e Zucher ou Marks e col., mostram que devemos ser
optimistas e ajudar as crianças a serem mais seguras na sua identidade
de género e que a grande maioria dos casos se resolve sem se revelarem
transsexuais ou transgéneros. E que em adultos a disforia de género
ocorre frequentemente associada com outros problemas de saúde mental.
O peso ideológico e
repressivo destas agendas é de tal modo evidente que há dias uma
publicação internacional revelou que uma universidade britânica cancelou
de forma abrupta um estudo sobre pessoas transsexuais porque os
resultados preliminares foram no sentido de que muitas pessoas se
arrependeram da transição efectuada.
A Universidade
cancelou para não ter problemas nos media devido à pressão dos
activismos LGBT, devido a pressões inadmissíveis para que fosse
interrompido, tendo surgido uma controvérsia sobre a liberdade académica
e o politicamente correcto.
Em Portugal, vive-se
este mesmo ambiente, pesado, onde as pessoas têm medo de falar, de
discutir, porque são manifestamente perseguidas e processadas por delito
de opinião. Aliás como o projecto de Lei do governo prevê, onde elencam
uma série de acções civis e judiciais contra pessoas ou instituições
que pensem de forma diferente.
Criam aliás uma
polícia dos costumes à boa maneira da Stasi ou do KGB dando poderes a
associações de suposta defesa dos transgénero para perseguir e meter
processos a quem não alinhar no modelo de sociedade que querem impor.
Portanto, quem não
alinhar com esta ideologia, imposta por uma minoria totalitária,
sujeita-se à destruição mediática, com calúnias e ofensas, de modo a
condicionar e a calar. Além da possibilidade dos processos judiciais que
reforçam a intimidação e privam a liberdade, obrigando todos a seguir a
cartilha, objectivamente marxista.
É uma tentativa de
“Engenharia social” que pretende construir um “homem novo” e as vidas
das crianças e dos adolescentes não devem ser utilizadas para
experiências sociais, pois são muito valiosas.
Esta lei não deve ser
aprovada e se o for será seguramente contra a maioria dos Portugueses e
responsabiliza o Governo e o PS no que correr mal no futuro com estas
pessoas. O PS já foi um partido com o mínimo de responsabilidade que não
alinhava em ideologias extremistas e perigosas a que o BE já nos
habituou.
CDS e PSD estão
contra e muito bem, resta saber o que fará o PCP!? Se alinha nesta
perversa proposta de Lei, anulando-se mais uma vez a favor da
geringonça, ou se assumirá os seus princípios de sempre nestas matérias e
se afirmará votando contra, evitando que a sociedade portuguesa se
afunde cada vez mais neste pântano ideológico.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário