MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 22 de outubro de 2017

Caixa e BNDES buscam ajuda no FGTS


TCU acompanha negociações para operação; Conselho Curador do Fundo analisa pedido de R$ 10 bilhões

Tribuna da Bahia, Salvador
22/10/2017 06:35 | Atualizado há 4 horas e 49 minutos
   
Foto: Daniel Teixeira

Depois de serem usados em sucessivas manobras de contabilidade criativa, Caixa e BNDES buscam socorro do dinheiro do trabalhador depositado no FGTS, numa operação de triangulação financeira que já causa desconfiança. O Tribunal de Contas da União (TCU) vigia de perto as negociações para se certificar de que as operações serão regulares, apurou o Estadão. O TCU vai pedir pareceres técnicos e jurídicos que provem os fundamentos das operações. O objetivo é evitar que haja prejuízo às finanças federais e ao dinheiro do trabalhador.
Enquanto a Caixa precisa de dinheiro para aumentar capital, o BNDES tem de garantir sua capacidade de conceder crédito no futuro após a devolução antecipada dos empréstimos do Tesouro Nacional. O assunto está sendo acompanhado por um comitê formado por representantes dos bancos públicos e do Ministério do Planejamento.
A área jurídica do governo está avaliando as alternativas. Na área técnica, há o temor de que essas transações sejam vistas como semelhantes àquelas realizadas no governo Dilma Rousseff, muitas condenadas pelo TCU.
O Conselho Curador do FGTS se reúne na terça-feira para analisar o pedido da Caixa de empréstimo de R$ 10 bilhões este ano em forma de bônus perpétuo (sem vencimento). Os comandos da Caixa e do BNDES retomarão esta semana as discussões sobre a possível compra pelo banco de fomento de parte da carteira da Caixa.
Em um dos encontros para debater a situação da Caixa ficou clara a preocupação com a menor capacidade do banco de emprestar recursos, segundo uma fonte que participa das discussões. Depois de ser protagonista na expansão de crédito no Brasil, com crescimento da carteira superior a 40% ao ano, a Caixa passa por brusca desaceleração na concessão de empréstimos e financiamentos. A inadimplência aumentou, o que obrigou o banco a fazer provisões maiores para cobrir calotes. A exigência diminuiu o lucro do banco, que não contará com novas injeções do governo e depende de lucros retidos para reforçar o capital.
Outras saídas estão sendo analisadas, entre elas uma reestruturação entre os dois bancos para que o BNDES fique com a responsabilidade de gerir os recursos do FGTS destinados à infraestrutura (incluindo empréstimos feitos pela Caixa com esse dinheiro e a gestão do fundo de investimentos FI-FGTS). Essa alternativa tem a vantagem de fornecer recursos baratos ao banco em meio à busca por fontes de financiamento.

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