Por Agência Brasil | Fotos: Agência Brasil
No ano passado, o Rio sediou o maior evento esportivo do mundo: as
Olimpíadas 2016. Para receber atletas e turistas de todo o mundo, os
governos federal, estadual e municipal construíram estruturas para as
disputas, como as arenas. Um ano depois, a maioria está praticamente
parada, pouco utilizada para eventos esportivos ou nem tiveram um
destino ainda. A reportagem da Agência Brasil verificou como está a
situação de algumas dessas estruturas.
Parque Olímpico da Barra
Prometido como um dos maiores legados da Olimpíada, o Parque Olímpico
da Barra, na zona oeste do Rio, não dispõe de uma programação permanente
para movimentar as instalações: as Arenas Cariocas 1 e 2, Arena 3,
Velódromo e Centro Olimpíco de Tênis. Foram realizados nesses 12 meses
eventos pontuais.
Entre eles estão Brincando com Esporte, com a participação de cerca de
700 crianças e adolescentes do Rio; a etapa brasileira do Circuito
Mundial de Vôlei de Praia; o Rio Bike Fest; o Circuito Interestadual de
Tênis de Mesa; o Gracie Pro Jiu-Jitsu; o Tênis Rio Classes 2017 e ainda o
Programa Esporte e Cidadania para Todos, que reuniu aproximadamente 450
crianças.
Das instalações, quatro estão sob administração do governo federal: as
arenas 1 e 2, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis. Em busca de
dinheiro para a manutenção dos equipamentos esportivos, orçamento para
treinamento de atletas, competições esportivas e até realização de
shows, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) -
responsável por essas unidades e vinculada ao Ministério do Esporte -
tenta o apoio da iniciativa privada, por meio de uma Parceria
Público-Privada (PPP), que está sendo elaborada pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porém sem data para sair.
“O nosso planejamento é fazer a concessão até o segundo semestre do ano
que vem. Essa é a meta traçada com o BNDES”, disse o ministro do
Esporte, Leonardo Picciani.
São necessários R$ 45 milhões para custeio, manutenção, limpeza e
segurança. De acordo com o ministro, os equipamentos têm sido usados
para sediar eventos ligados a programas sociais, que atendem crianças e
adolescentes.
Na madrugada do dia 30, um incêndio no Velódromo atingiu o teto da
instalação. A unidade, que tinha programação agendada, precisou ser
fechada para reparos. As causas do incêndio estão sendo investigadas,
mas, a princípio pode ter sido provocado pela queda de um balão.
Atualmente, são gastos R$ 11 milhões para a manutenção do local,
incluindo a refrigeração necessária para a pista de madeira siberiana.
“Qualifico como gasto necessário a ter um equipamento deste tipo. Temos
hoje a pista mais veloz do mundo que atrai atenção de atletas do mundo
inteiro. Então, creio que o custo é apropriado. O que nós temos que
fazer é que o Velódromo funcione cada vez mais intenso, dê frutos ao
esporte brasileiro cada vez mais consistentes e seja uma opção de lazer
para prática esportivas de brasileiros”, argumentou o ministro,
rebatendo críticas de que o custo é alto.
Segundo Picciani, o governo está em busca de contratos para realização
de eventos e competições no local e, assim, reduzir as despesas. A Arena
3 está sob responsabilidade da prefeitura.
Do lado de fora do parque, também há queixas. Vinte famílias que vivem
na Vila Autódromo - removida para construção do parque - reclamam de
abandono do local. Elas rejeitaram indenização da prefeitura para deixar
a área. Segundo os moradores, as casas entregues, antes da Olimpíada,
estão repletas de problemas, com pisos caindo e muros com rachaduras. As
famílias relatam que não receberam documentação dos imóveis e pretendem
recorrer à Justiça.
As 300 famílias que entraram em acordo com a prefeitura e se mudaram
para um condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, o Parque Carioca,
também pretendem ingressar com ação judicial por considerarem a
negociação injusta. Em nota, a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e
Habitação diz não ter conhecimento sobre processos judiciais, informou
que dados sobre indenizações são sigilosos e que as parcelas referentes
aos apartamentos do Parque Carioca estão sendo pagas. A secretaria
reconhece que alguns compromissos firmados com os remanescentes da Vila
Autódromo não foram cumpridos.
Arena do Futuro
Pelo projeto inicial, a estrutura da Arena do Futuro seria usada para a
construção de quatro escolas da rede municipal. A desmontagem e
transferência do material já deveria ter sido feita, porém não ocorreu
por falta de recursos da prefeitura.
A administração municipal conseguiu com a concessionária Rio Mais, dona
da área, prorrogação de até um ano para desmontar a arena. “Não houve
destinação orçamentária também para a montagem das escolas previstas no
projeto inicial. A outra, que viabilidade dessa iniciativa ainda está
sendo avaliada. No momento, a prioridade da prefeitura, por meio da
Secretaria municipal de Educação, está em conseguir recursos para a
finalização de 30 escolas do amanhã e recuperar as antigas unidades que
necessitam de reforma”, informou a prefeitura do Rio.
Parque Aquático
No Parque Aquático, as piscinas foram retiradas pelo Exército em
fevereiro deste ano. A piscina de três metros de profundidade foi doada
para o Centro de Capacitação Física do Exército, no Forte São João, na
Urca, zona sul do Rio. A outra, que era usada pelos atletas para
aquecimento, está guardada, pelos militares, até que seu destino seja
definido.
A retirada das arquibancadas e estrutura precisa ser feita pela
prefeitura. A concessionária Rio Mais também prorrogou, por até um ano, o
prazo para desmontagem do equipamento.
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