Três internos do Conjunto Penal de Itabuna (CPI) iniciaram, na manhã
dessa terça-feira (8), uma nova etapa de suas vidas: passaram a ser, de
fato e de direito, estudantes do Ensino Superior. A cerimônia de entrega
da documentação de matrícula, carga horária e conteúdos programáticos
foi realiza no próprio CPI e contou com a presença do juiz da Vara de
Execuções Penais e Medidas Alternativas da comarca de Itabuna, Antônio
Carlos Maldonado, do diretor do CPI, capitão PM Adriano Valério Jácome, e
de representantes da OAB e Conselho da Comunidade para Assuntos Penais,
além da empresa Socializa Brasil, que administra a unidade em regime de
cogestão com o Governo do Estado.
Não foi um caminho fácil, como reconheceram os
“calouros”, as autoridades e profissionais da educação e ressocialização
– da empresa Socializa Brasil e do Colégio Estadual de Itabuna, que tem
um anexo no CPI. “Por isso mesmo cada um de vocês leva sobre si uma
grande responsabilidade. Hoje vocês podem ser modelos para outros
estudantes em situação de cárcere que, vendo seus exemplos, podem
escolher o caminho da educação para a reinserção social, que é o
objetivo maior de suas passagens pelo sistema carcerário”, observou o
diretor Adriano Jácome. Na mesma linha, o juiz Antônio Carlos Maldonado,
que autorizou a matrícula e a saída dos estudantes, destacou o empenho
da equipe do Conjunto Penal que, com todas as dificuldades, possibilitou
a realização desse sonho, e a dedicação de cada um dos novos
estudantes. “Esse é um momento muito importante na vida de cada um de
vocês. Pessoalmente, não tenho informação, na Bahia – pelo menos no
interior – de internos do sistema prisional cursarem o Ensino Superior. É
uma grande honra e uma grande responsabilidade para todos”. Todos os
novos estudantes estão no regime semiaberto. Os três já foram inseridos
em atividades laborativas de apoio ao próprio Conjunto Penal, o que
significa que, trabalhando no contraturno, farão jus a remuneração para
auxiliar na manutenção dos seus estudos. Passam a ser, na prática,
colaboradores da empresa Socializa Brasil.
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