Abdômen inchado e dolorido, alterações no humor e visitas ao banheiro que se tornam um verdadeiro desafio. Quem sofre de prisão de ventre conhece bem esses sintomas, e todos os transtornos que causam no dia-a-dia.
Apesar de parecer um problema simples e corriqueiro, a constipação intestinal deve ser levada a sério pois, quando o corpo não consegue eliminar regularmente as fezes, toxinas se acumulam no organismo, causando vários prejuízos à saúde.
Mudanças simples podem ajudar a contornar e até mesmo prevenir a doença, principalmente quando o causador do intestino preguiçoso é a má qualidade da dieta.
Alguns alimentos funcionam como aliados na hora de combater a prisão de ventre e são essenciais para deixar tudo novamente no ritmo. São eles:
Ameixa: rica em fibras solúveis – presentes principalmente em sua polpa, e insolúveis, concentradas na casca do alimento, melhora o trânsito das fezes por aumentar a absorção de água durante a formação do bolo fecal. As fibras insolúveis ajudam a equilibrar a flora e melhorar o contingente de bactérias benéficas do trato gastrointestinal. Contudo, sua capacidade laxativa é, sem dúvidas, a característica mais vantajosa: a fruta é rica em sorbitol, uma substância que não só aumenta a absorção de água durante a digestão como também ajuda a “amolecer” as fezes, facilitando a evacuação. Qualquer tipo de ameixa possui essas características, contudo, do ponto de vista nutricional, a ameixa preta é a mais recomendada , pois tem maior concentração de compostos fenólicos – antioxidantes capazes de beneficiar o organismo em diversos aspectos. Independente da escolha, o mais importante é consumir a fruta na forma integral, com polpa e casca; se optar por um suco, evitar coar, para que absorção das fibras seja mais eficaz.
Alho: esse alimento tão comum é rico em inulina, uma fibra que serve de alimento para as bactérias amigas do intestino, ajudando a aumentar seu número. Além disso, acelera o trânsito das fezes, pois seu processo de fermentação no trato gastrointestinal estimula a absorção de água e o aumento do bolo fecal. Para quem não gosta muito de alho, há outras alternativas, como a cebola, o alho-poró, o alcachofra, a chicória e até mesmo a banana. Outra opção de consumo é inulina na forma de fibras dietéticas sintéticas, que podem ser adicionadas nos alimentos sem influenciar na cor ou sabor dos pratos.
Mamão: outro alimento famoso quando o assunto é hábito intestinal, o mamão, especialmente o papaia, é rico tanto em fibras solúveis, que ajudam a irrigar o bolo fecal, quanto em fibras insolúveis que, por sua vez, ajudam a dar volume às fezes. Contudo, o grande diferencial dessa fruta é sua concentração de papaína, uma enzima digestiva que auxilia na diminuição do esvaziamento gástrico, ou seja, ajuda a acelerar o processo digestivo e, por consequência, a evacuação. A enzima está presente principalmente na casca, que também deve ser consumida, e pode ser encontrada tanto na fruta verde quanto madura. Aliás, não é exclusividade do papaia, o mamão formosa também é fonte de papaína.
Farelo de aveia: riquíssimo em fibras solúveis, o farelo de aveia é a parte mais externa do tradicional cereal, mais especificamente a casca da aveia antes do refinamento. Por essa característica resistente, estimula não só o crescimento das bactérias boas do intestino, como melhora a consistência das fezes e sua mobilidade no intestino. Uma das maiores vantagens do cereal, além do seu alto valor nutritivo, é sua versatilidade. O melhor do farelo de aveia é que ele pode ser usado em inúmeras receitas: adicionado em sucos e vitaminas ou simplesmente polvilhado em sopas, frutas e legumes. Embora seja extremamente benéfico, ajudando inclusive no controle do colesterol, existem algumas pessoas que não gostam da textura da aveia. Nesse caso, é possível optar por outros cereais integrais como o farelo de trigo, a granola, a aveia em flocos e, até mesmo, o arroz integral.
Água é fundamental: o segredo de um cardápio capaz de prevenir ou, até mesmo, tratar a constipação é o equilíbrio entre a boa hidratação e consumo de fibras. Para assegurar que essas aliadas vão cumprir adequadamente seu papel de condutor das fezes, é fundamental que a ingestão de água esteja de acordo, senão, corre-se o risco de agravar os sintomas da prisão de ventre. Embora a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde seja de pelo menos dois litros de água todos os dias, essa taxa pode variar de acordo com peso, idade, sexo, nível de atividade, entre outros fatores. Para saber tanto a quantidade adequada de fibras para sua alimentação, bem como a hidratação ideal para que seu intestino funcione como um relógio, não deixe de consultar seu médico/nutricionista.
Fonte: Gabriela Domingues, nutricionista da Nova Nutrii