MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 16 de julho de 2017

Temperamento imprevisível e explosivo de Lúcio Funaro preocupa Planalto

Doleiro e ex-sócio de Eduardo Cunha estaria com negociação para acordo de delação premiada adiantada


A provável delação do doleiro Lúcio Funaro, que segundo interlocutores estaria em negociações adiantadas, tem feito o Planalto ligar o sinal de alerta. O conhecido temperamento explosivo do ex-sócio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) preocupa, e deixa o cenário ainda mais imprevisível para o governo Michel Temer.
Um dos depoimentos de Funaro - que afirma ter entregue pessoalmente malas de dinheiro ao ex-ministro Geddel Vieira Lima - resultou na prisão de um dos homem de confiança de Temer, afastado do governo após denúncias de tráfico de influência, e preso acusado de obstrução de investigação sobre irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Temer enfrenta denúncia da Procuradoria-Geral da República de corrupção passiva, no âmbito das conversas gravadas com o empresário Joesley Batista, da JBS. A Câmara vai votar, no dia 2 de agosto, parecer sobre a denúncia, autorizando ou não o Supremo Tribunal Federal a dar prosseguimento no processo. Até lá, interlocutores do Planalto temem que fatos novos possam piorar ainda mais a situação de Temer.
Funaro é conhecido por seu temperamento explosivo
Funaro é conhecido por seu temperamento explosivo
Temperamento
Funaro é conhecido por hábitos pouco ortodoxos. Em 2007, o doleiro foi expulso de um bar após brigar com um advogado, cliente do estabelecimento. Ele conversava sobre uma reportagem que falava de uma declaração feita por Funaro ao Ministério Público, de que o ex-ministro José Dirceu teria recebido propina pela indicação de diretores para o fundo de pensão dos funcionários das Companhias Docas.
Após ficar sabendo da conversa, Funaro entrou irado no bar, sendo posteriormente expulso do estabelecimento pelo dono do estabelecimento. Dois dias depois da confusão, Funaro comprou o prédio onde ficava o bar, por R$ 300 mil. Despejou o dono e derrubou o botequim. Espalhou na cidade que o dono do bar não pagava suas contas, e foi processado por calúnia e difamação.
Um semanal de Vargem Grande, cidade de Funaro, enraiveceu o doleiro na época em que o veículo publicava os desdobramentos da Operação Satiagraha, que investigava o banqueiro Daniel Dantas por crimes financeiros. Toda vez que algum fato novo sobre o caso era publicado, Funaro voava com seu helicóptero, dando rasantes rente ao teto do jornal e da casa de Tadeu Ligabue, dono do semanal. À Folha de S. Paulo, que conta esta e outras histórias sobre o doleiro, Ligabue preferiu ficar calado. “Esse cara é perigoso. Melhor não comentar sobre ele.”
De acordo com John Mendes Reis, filho do ex-deputado Albano Reis, o “Papai Noel de Quintino”, Funaro certa vez o recebeu com uma arma na mão. O doleiro era conhecido da família do ex-deputado. “Na última vez que nos encontramos, ano passado, quando fui ao escritório dele no Itaim Bibi (SP) para cobrar o que devia a minha família, Lúcio me recebeu com uma pistola na mão. Enquanto sacudia a arma, ele me disse que era assim que recebia os credores”, afirmou John.
De acordo com a Isto É, a advogada Beatriz Catta Preta - uma das figuras mais importantes no início dos trabalhos da Lava Jato, até então uma jurista responsável por defender dezenas de delatores da Lava Jato - foi ameaçada por Funaro. Certa vez, de acordo com a revista, quando chegou em casa, o doleiro estava brincando com os dois filhos da advogada, no sofá da sala dela. Ele teria sacado uma arma, apontado para a cabeça de Beatriz e desfiado uma série de ameaças. Catta Preta abandonou os clientes e saiu do país.

Corrida para delação: Eduardo Cunha também está no páreo
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também estaria com negociações adiantadas de sua delação. Cunha teria entregado, na noite da última sexta-feira, anexos de sua proposta de delação premiada. Segundo o Valor Econômico, o material ainda estaria sendo analisado.
Na sexta-feira (14), o ex-deputado ficou calado durante depoimento à Polícia Federal no âmbito da Operação Cui Bono, que apura esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal.
O advogado de Cunha negou que o ex-deputado estaria negociando delação premiada. Contudo, muitos condenados na Lava Jato optam pela estratégia de ficar em silêncio em depoimento à PF justamente para não atrapalhar as negociações da delação.

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