Por Redação Bnews
O juiz federal Sergio Moro negou que tenha agido com "omissão,
obscuridade ou contradição" na sentença em que condenou o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a nove anos e seis meses de prisão por
corrupção passiva e lavagem.
Moro respondeu nessa terça-feira (18), aos embargos de declaração da
defesa de Lula. "A corrupção perfectibilizou-se com o abatimento do
preço do apartamento e do custo de reformas da conta geral de propinas,
não sendo necessário para tanto a transferência da titularidade formal
do imóvel", disse.
O juiz também explicou porque negou a perícia para rastrear a origem
dos recursos para a compra e a reforma do apartamento, afirmando que
"não havia correlação". "Nem a corrupção nem a lavagem exigem ou
exigiriam que os valores pagos ou ocultados fossem originários
especificamente dos contratos da Petrobras", disse.
Na última quarta (12), Moro apontou na sentença que cerca de R$ 2,2
milhões foram destinados como vantagem indevida ao ex-presidente Lula.
No despacho de hoje, o juiz aponta que "jamais afirmou, na sentença ou
em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos
contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem
indevida para o ex-presidente".
O juiz comparou o caso de Lula com o do deputado federal cassado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também condenado por crimes investigados na
Lava Jato. "Ele [Cunha] também afirmava como álibi que não era o titular
das contas no exterior que haviam recebido depósitos de vantagem
indevida, mas somente 'usufrutuário em vida'. Em casos de lavagem, o que
importa é a realidade dos fatos segundo as provas e não a mera
aparência".
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