Em
fevereiro de 2010, o preso político cubano Orlando Zapata Tamayo acabara
de morrer numa cadeia em Havana, depois de 85 dias em greve de fome,
quando o ainda presidente Lula baixou na ilha-presídio decidido a
bajular os irmãos Castro e atacar os opositores da ditadura comunista.
“Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos
humanos para libertar pessoas”, ensinou o visitante que, nos tempos de
líder metalúrgico e informante da polícia política do regime militar,
brincava de grevista faminto no DOPS chefiado pelo amigo Romeu Tuma.
“Imagine se todos os presos em São Paulo entrassem em greve de fome e
pedissem libertação”.
Para
Lula, não havia quaisquer diferenças entre os dissidentes que lutavam
pela liberdade e os ladrões que povoam o sistema carcerário paulista.
Passados sete anos e meio, o o ex-presidente foi condenado a nove anos e
meio de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O farsante
que debochou dos bravos democratas de Cuba ficou ainda mais parecido com
os bandidos comuns encarcerados em São Paulo. Mas continua caprichando
no papel de perseguido político. Haja cinismo.
No mesmo
palavrório em Havana, Lula explicou por que se recusara a interceder
pela pela libertação de vinte presos políticos de verdade: “Temos de
respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as
pessoas em função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o
Brasil”. O velho amigo Raúl Castro, portanto, está proibido pelo próprio
Lula de solidarizar-se com o companheiro condenado. Precisa respeitar a
Justiça brasileira, que se limitou a cumprir seu dever e punir na forma
da lei o ex-presidente que se tornou um fora-da-lei.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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