Editorial da Gazeta do Povo
(Curitiba) afirma que a esquerda insiste na violência. Basta olhar a
história do totalitarismo: violência sempre foi sua escolha contra os
"inimigos" (todos aqueles que não acreditam na cartilha esquerdista).
Todos os regimes totalitários vieram da esquerda, inclusive o nazismo,
que nasceu socialista:
Em
poucas semanas, assistimos no Brasil a vários protestos pautados pela
imposição violenta de ideias políticas. Houve os confrontos com a
polícia em Brasília, o ataque à jornalista Miriam Leitão em um voo, a
tomada da mesa diretora do Senado por três senadoras e o episódio de
agressão no casamento da deputada estadual do Paraná Maria Victoria.
Esses fatos têm em comum uma visão de mundo antidemocrática e
anticapitalista.
O
recurso à violência como uma forma torta de expressão política não é
exclusividade da esquerda. Mas é um fenômeno que no Brasil tem se
concentrado majoritariamente nesse lado do espectro político.
Diferentemente de vários países europeus, por exemplo, onde
simpatizantes do discurso xenófobo da extrema direita também apelam
regularmente à violência, no Brasil o mais comum é ver esse tipo de ação
nos simpatizantes de uma versão extremista de socialismo.
Somente a
existência de uma visão distorcida da política explica o fato de
dezenas de pessoas atacarem convidados de uma festa de casamento. Os
argumentos de que houve “ostentação”, ou de que os presentes pedidos
pela noiva eram caros, mostram quão rasa era a motivação de quem foi ao
protesto. Não bastasse isso, houve a manipulação da verdade por aqueles
que argumentavam que a família do ministro da Saúde, Ricardo Barros,
apoiou um golpe que nunca existiu.
A
violência e a manipulação da verdade também eram o pano de fundo que
levou as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) a tomarem a mesa diretora do Senado na
última terça-feira (11). Elas queriam impedir a votação da reforma
trabalhista. Sem votos em plenário para que não houvesse o que elas
diziam se tratar do “desmonte” dos direitos dos trabalhadores, elas
preferiram impedir o curso da votação – seguindo a promessa feita por
Gleisi de partir para a radicalização.
Outra
característica do extremismo é a vontade de calar os outros. Foi o que
levou delegados do PT a atacarem a colunista Miriam Leitão em um voo,
chamando-a de terrorista. Como se ela fosse uma inimiga do partido e não
alguém com o direito constitucional de se expressar.
Por fim,
é comum a essas manifestações o discurso anticapitalista e de
perseguição pelas “elites”, que sempre fez parte da vida da esquerda
brasileira. O que chama a atenção é o fato de ele ainda ser o
combustível para manifestações que extrapolam os limites, 30 anos depois
da volta da democracia.
A
postura das senadoras que tomaram conta da mesa diretora do Senado
merece especial análise por ter atacado diretamente o funcionamento de
um dos poderes do Estado. Se fizéssemos uma gradação das manifestações
violentas das últimas semanas, esta estaria no grau máximo: em vez de
preservarem a instituição que representam, as senadoras usaram um
estratagema típico do totalitarismo e fecharam o Senado por algumas
horas. As senadoras ultrapassaram seus limites institucionais e posaram
como heroínas, demonstrando seu desprezo pelo estado democrático de
direito. Seu ato precisa ser punido exemplarmente pela Comissão de Ética
do Senado.
Uma
parte da explicação para a violência nas manifestações de parte da
esquerda está na crença de que o próprio sistema democrático é uma
conspiração que coloca o “capital” no controle para espoliar o
“trabalho”. Decorre disso a crítica sem sentido a qualquer demonstração
de riqueza (a ponto de se monitorar a lista de casamento da parlamentar
paranaense) e a dificuldade em aceitarem o poder das instituições para
punir os desmandos de quem os representa. Não é por acaso que ainda
prosperam as ideias de que houve golpe contra a ex-presidente Dilma
Rousseff e de que o ex-presidente Lula é perseguido pelo juiz Sergio
Moro.
Para
complementar a explicação, é preciso levar em conta que a agenda dessa
ala agressiva da esquerda não é flexível, como se espera no debate
democrático. Ela é uma visão fixa da realidade, segundo a qual vale o
“tudo ou nada” na busca de uma igualdade idealizada. Isso leva ao
raciocínio de que, sem apoio popular, é preciso mesmo partir para a
ação. O convencimento é, enfim, substituído pela violência.
Não é
vontade da maioria dos brasileiros viver em um país fechado ao
empreendedorismo, à iniciativa privada, e que pune a geração de riqueza
da maioria em nome da manutenção de privilégios ou de um projeto de
poder. O que mais interessa às pessoas é ter a chance de ascensão, algo
que é muito mais viável em uma economia aberta ao mundo, produtiva e
inclusiva. Para isso, o Brasil terá de continuar acreditando nas
instituições democráticas, no valor das liberdades em suas várias
manifestações e no combate à corrupção. Qualquer desvio abrirá a porta
para o que há de pior na política: o totalitarismo e a censura.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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