Por Folhapress
Depois de uma derrota do governo na terça-feira (20), a reforma
trabalhista voltou a avançar no Senado. A leitura do relatório do
senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi concluída na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) na manhã desta quarta-feira (21), abrindo
caminho para que a tramitação da matéria seja concluída na comissão na
próxima semana.
O próximo passo é a votação no colegiado do parecer do senador, que é
líder do governo no Senado, na próxima quarta-feira (28). O objetivo do
Palácio do Planalto era levar o tema para apreciação do plenário no
mesmo dia, encerrando a discussão das mudanças nas leis trabalhistas no
Congresso.
A votação no plenário ainda na quarta-feira se tornou, contudo, uma
meta mais distante depois da definição de um calendário em acordo com a
oposição, que prevê uma longa sessão nessa data, com a possibilidade de a
reunião do colegiado se estender até o período da noite.
Jucá reconheceu que a votação em plenário não ocorrerá no dia 28 e
admite a possibilidade de que a matéria seja concluída apenas na
primeira semana de julho.
A oposição comemorou o acordo. O líder do PT no Senado, Lindbergh
Farias (RJ), acredita que o governo não conseguirá aprovar a proposta no
plenário ainda em junho, como desejava. Para ele, com a votação na
comissão no fim da quarta-feira, a apreciação pelo plenário ficará para
julho. "O tempo está do nosso lado", disse, após a sessão.
Em meio a uma crise política, o governo do presidente Michel Temer
aposta na aprovação da reforma trabalhista para dar sinais de
"normalidade" e passar a mensagem de que o governo não está parado. Na
terça, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi derrotado na
CAS (Comissão de Assuntos Sociais) por 10 votos contrários e 9
favoráveis. Acabou vitorioso o texto apresentado por Paulo Paim (PT-RS),
que rejeitou todos os pontos da matéria aprovada pela Câmara dos
Deputados em abril.
Embora a rejeição do parecer do tucano não implique em mudanças no
calendário da reforma, foi vista como uma derrota política do governo.
"Foi um enorme sobressalto, uma fraqueza do governo", disse Ferraço.
"Não vamos permitir que essa fraqueza do governo impeça de irmos adiante
com as reformas nas leis trabalhistas."
Em plenário, onde a votação dos 81 senadores é decisiva, serão
apresentados os relatórios aprovados nas três comissões por onde a
matéria tramitou.
Além da CAS e da CCJ, a reforma trabalhista foi analisada na CAE
(Comissão de Assuntos Econômicos), de onde saiu vitorioso o texto
apresentado por Ferraço. Essa deve ser a visão levada para votação no
plenário com um pedido de prioridade por senadores da base governista.
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