VERDINHO DE ITABUNA
As mortes de gado em várias
fazendas do município de Medeiros Neto, localizado no extremo sul da Bahia, por
suspeita de raiva bovina, tem deixado criadores preocupados. Ao menos 20
fazendeiros já registraram casos suspeitos da doença que não tem cura, segundo
informações da Secretaria Municipal de Agropecuária e Meio Ambiente. O órgão
diz que o problema ocorre pela falta de vacinação dos rebanhos.
A raiva é transmitida aos animais
pela mordida de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue. A doença
afeta o sistema nervoso dos animais, que morrem logo depois de apresentarem os
primeiros sintomas.
Eliclésio Medeiros, que cria gado
leiteiro em um sítio no município, diz que há dez dias encontrou um dos animais
morto. Ele afirma que a causa da morte ainda não foi comprovada, mas que a
suspeita é de raiva bovina. "O outro gado eu já tinha vacinado, mas esse
que eu não tinha vacinado apareceu morto", destacou.
Depois da morte do animal, o
criador afirma que vacinou todo o rebanho, por medo de proliferação da doença.
Segundo ele, nas fazendas vizinhas, animais também morreram com suspeita de
raiva bovina.
O secretário de Agropecuária e
Meio Ambiente, Armando Leal, diz que casos suspeitos de raiva no município
estão sendo notificados. "Só do meu conhecimento, já são mais de vinte
propriedades. Negligenciaram a vacinação, que deve ser feita uma vez por ano
junto com a vacina contra a [febre] aftosa. Mas muita gente está deixando de
seguir essa orientação", destacou.
Todos os casos suspeitos, segundo
o secretário, foram registrados em propriedades rurais localizadas próximas a
rios. "Isso porque os morcegos hematófagos ficam mais na beira dos rios.
Suas tocas, em pedras, buracos ou mesmo em árvores, são pertos de rios",
diz.
Os casos suspeitos, segundo o
secretário, devem ser comunicados à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab),
que é o órgão fiscalizador.
A única forma de prevenir a raiva
é através da vacinação dos animais. A primeira dose pode ser aplicada a partir
do terceiro mês de vida e repetida com trinta dias. Depois disso, basta um
reforço anual da imunização. A vacina contra a raiva é vendida em lojas de
produtos agropecuários.
Com a nota fiscal em mãos, os
criadores podem vacinar o gado com uma pessoa que seja credenciada pela Adab ou
programar uma vacinação assistida, com um veterinário da agência. Nos dois
casos, é preciso declarar que realizou a vacinação. G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário