MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 21 de maio de 2017

Temer apoiou candidatura de membro da família JBS em 2014


Júnior Friboi filiou-se ao PMDB em maio de 2013 pelas mãos do então vice-presidente


Michel Temer desqualificou, em pronunciamento neste sábado (20), a gravação de Joesley Batista, dono da JBS, com o presidente. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”, disse Temer.
O presidente acusou Joesley de especular contra a moeda nacional, já que ele comprou US$ 1 bilhão antes da divulgação da gravação, porque sabia que isso causaria um “caos” no câmbio. A JBS vendeu ações de sua empresa antes da queda do valor na Bolsa de Valores na última quinta-feira (18), quando o dólar subiu 8,15%, a R$ 3,389 na venda, e a Bovespa na maior queda de 8,8%, desde outubro de 2008.
Júnior Friboi filiou-se ao PMDB em maio de 2013 pelas mãos do então vice-presidente
Júnior Friboi filiou-se ao PMDB em maio de 2013 pelas mãos do então vice-presidente
“O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. E o Brasil que já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, vive agora, sou obrigado a reconhecer, dias de incerteza. Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado, não foi punido, e pelo jeito não será”, disse o presidente.
Entretanto, a relação de Michel Temer com grupo JBS não é de agora. Júnior Friboi, um dos herdeiros do fundador do conglomerado, José Batista, e irmão de Wesley e Joesley, filiou-se ao PMDB em maio de 2013 pelas mãos do então vice-presidente, certo de que a candidatura a governador do estado de Goiás estaria garantida. Líder da família, e estimulado pela crescente fortuna do grupo, Júnior havia se preparado para finalmente realizar um sonho antigo: o de entrar no mundo político.
Um dos maiores doadores de fundos para campanhas eleitorais, a JBS, dizia Júnior, também financiaria candidatos aliados a cargos de deputado estadual e federal, o que faria dele o maior cacique político local. Nos bastidores internos do partido, fala-se que a proeminência do dinheiro nos planos de Júnior foi o principal motivo do racha no PMDB e do surgimento de setores resistentes à sua candidatura. Os peemedebistas insatisfeitos com sua indicação defendiam a candidatura de Iris Rezende, presidente estadual do partido, à revelia do desejo de Temer.
Apoiado por uma política até hoje mal explicada, a escolha dos “campeões nacionais” pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entupido de processos trabalhistas e com seus principais acionistas investigados por sonegação, o conglomerado expandiu-se no mercado interno e externo.
A sonegação motiva também um processo individual contra Joesley, o caçula dos três irmãos e presidente da J&F Participações, a holding por meio da qual a família diversificou os negócios para além do setor alimentício. Joesley virou réu da Justiça Federal  em novembro de 2012, acusado pelo Ministério Público de ter sonegado 10 milhões de reais graças ao uso, entre janeiro de 1998 e julho de 1999, da conta bancária de uma empresa fechada.
O frigorífico JBS, da família de Júnior, foi acusado, em 2014, de sonegar R$ 1,3 bilhão em impostos no estado de Goiás. A empresa respondia, naquele ano, a 49 autos de infração aplicados pela Secretaria da Fazenda de Goiás, a maioria de não recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na exportação de carne bovina.
Dessa forma, o empresário viu-se obrigado a desmontar o QG de sua pré-candidatura ao governo de Goiás, dolorida decisão para quem teve que ceder o cargo a Iris Rezende, na época, com 80 anos.
A tricotagem política entre o senador Ronaldo Caiado, presidente do DEM em Goiás, e o líder do PMDB, tem a ver com a eleição para prefeito de Goiânia, em 2016, mas também com a disputa do governo de Goiás, em 2018.
Iris Rezende tem forte eleitorado em Goiânia, tanto que foi eleito em 2004 e reeleito em 2008. Porém, depois da terceira derrota para o governo do Estado e porque já tinha 83 anos em 2016, o peemedebista prefere contar com a candidatura de Caiado para 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário