Por Folhapress | Fotos: Reprodução
Emilio Odebrecht, patriarca da empresa que leva seu sobrenome, seu
herdeiro Marcelo e o ex-diretor de relações institucionais da
empreiteira Alexandrino Alencar voltaram a depor para a força-tarefa da
Lava Jato.
Os três assinaram acordo de delação premiada com o Ministério Público
Federal, homologado pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal)
Cármen Lúcia em janeiro deste ano.
Emílio, Marcelo e Alexandrino foram convocados a depor novamente para
dar mais detalhes sobre assuntos referentes a investigações envolvendo o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Emílio e Alexandrino viajaram
até Curitiba, há 15 dias, para falar com os procuradores. Marcelo está
preso na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense.
Fontes ouvidas pela reportagem disseram que os três tiveram de dar
mais detalhes sobre as reformas no sítio Santa Barbara, em Atibaia (SP),
frequentado pela família Lula. A propriedade rural pertence formalmente
a Jonas Suassuna e Fernando Bittar, amigos de Fábio Luís Lula da Silva,
filho do ex-presidente.
A Odebrecht participou de uma reforma nas dependências do sítio, em
2010, no final do último ano do mandato de Lula. A empresa gastou,
segundo os delatores, mais de R$ 1 milhão em obras no local. A empresa
fez os trabalhos em um mês. A reforma do sítio foi tema da delação dos
três empreiteiros.
Os delatores também tiveram que complementar os depoimentos que
fizeram sobre a contratação pela Odebrecht da empresa Exergia Brasil,
que pertence a Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira
mulher de Lula.
Executivos da Odebrecht afirmaram que o ex-presidente intermediou
negócio da construtora com empresa do sobrinho Taiguara, no âmbito de
contratos em Angola, com financiamento do BNDES.
Os delatores afirmam porém que, apesar de a Odebrecht ter contratado a
firma de Taiguara a pedido de Lula, os serviços foram efetivamente
prestados pela empresa. De acordo com a delação de Marcelo Odebrecht, o
parente de Lula criou a Exergia sem experiência na área de construção e
somente para fazer uso da influência de Lula.
Esta é a primeira vez que se tem notícia de que delatores da Odebrecht
estejam complementando depoimentos prestados na delação. Os últimos
depoimentos haviam acontecido em 25 de janeiro, cinco dias antes da
homologação -os delatores apenas declararam aos juízes que prestaram
depoimento de livre e espontânea vontade.
OUTRO LADO
Lula tem negado que seja dono do sítio e que tenha cometido irregularidades .
A Odebrecht disse que "entende que é de responsabilidade da Justiça a
avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e
ex-executivos". Acrescentou que "a empresa está colaborando com a
Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros,
pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência e está
comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas
formas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário