Por Redação BNews | Fotos: Câmara dos Deputados
As
investigações da Polícia Federal (PF) na Operação Panatenaico – que
prendeu na manhã desta terça-feira (23) os ex-governadores José Roberto
Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) – apontam que o deputado federal
Rogério Rosso (PSD-DF) também recebeu dinheiro desviado das obras da
reconstrução do estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Em 2010, o parlamentar do PSD comandou o governo do Distrito Federal
por oito meses em um mandato tampão após a renúncia de Arruda por conta
dos desdobramentos da Operação Caixa de Pandora.
Em razão de Rosso ter foro privilegiado como deputado federal, as
apurações envolvendo o deputado do Distrito Federal na Operação
Panatenaico foram encaminhadas à Procuradoria Geral da República (PGR).
Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliar se pede
ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o parlamentar do PSD.
A operação é baseada nas delações premiadas de executivos da
construtora Andrade Gutierrez. Os delatores revelaram que foi montado um
esquema de corrupção para desviar recursos das obras do Mané Garrincha,
que foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Executivos e ex-dirigentes da Odebrecht contaram à PGR em sua delação
premiada que houve um "acordo de mercado" associado às obras da arena de
Brasília.
As estruturas principais do novo Mané Garrincha foram realizadas pelo
Consórcio Brasília, que reuniu as empreiteiras Andrade Gutierrez e Via
Engenharia.
A PF diz que a reforma do estádio pode ter sido superfaturada em cerca
de R$ 900 milhões. A obra, que estava orçada inicialmente em R$ 600
milhões, acabou custando cerca de R$ 1,575 bilhão.
Ao contrário das outras arenas da Copa – que foram financiadas com
recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
– o estádio de Brasília foi reerguido com dinheiro da Terracap, a
empresa pública responsável pela gestão do patrimônio imobiliário do
Distrito Federal.
Ao G1, Rosso afirmou que ainda não foi informado de que é investigado
pela Operação Panatenaico. O nome da operação é uma referência ao
estádio da Grécia antiga Panatenaico, que sediou as competições
anteriores aos jogos olímpicos.
"Não tenho nenhuma informação sobre isso. Muito pelo contrário. Minha
vida pública é muito correta e sempre muito diligente em relação à
legislação e à conduta ética. Deve ser algum equívoco", argumentou o
deputado do DF.
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