Após o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz
Sérgio Moro na última quarta-feira (10) como réu em uma ação da Lava
Jato, os investigadores estudam a possibilidade de abrir inquérito por
suposta obstrução de justiça. A força-tarefa da Lava-Jato analisa agora
se há elementos que comprovam que Lula quis obstruir o trabalho da
justiça ao longo dos três anos de investigações, com episódios de
suposta destruição de provas e intimidação de testemunhas e autoridades
do processo. A suspeita ganhou força após Lula confirmar ao juiz Sérgio
Moro ter participado de reuniões com outros investigados na operação,
como o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-diretor de Serviços da
Petrobrás Renato Duque. Os dois, por sua vez, já tinham afirmado em
depoimento que Lula teria pedido para que provas do esquema de corrupção
da Petrobrás fossem destruídas. É provável que as suspeitas resultem na
abertura de um novo inquérito contra o ex-presidente, em Curitiba, e em
mais uma denúncia, desta vez, a de obstrução à justiça. Atualmente, o
petista é réu em cinco ações penais. O advogado de Lula, Cristiano Zanin
Martins, afirmou em nota que "qualquer iniciativa da Lava-Jato neste
momento servirá para reforçar que Lula é vítima de perseguição política
por meio de procedimentos jurídicos." Moro recusa pedido de Lula para ouvir novas testemunhas -
O juiz federal Sergio Moro recusou nesta segunda-feira o pedido da
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Ministério
Público Federal (MPF) para ouvir novas testemunhas no processo em que o
petista depôs na semana passada, sobre o recebimento de propina da OAS
na forma de um tríplex no Guarujá e do alojamento de bens que acumulou
durante a Presidência. Moro também estabeleceu os prazos para que as
partes interessadas – MPF, Petrobras e advogados de defesa – façam suas
alegações finais na ação. Em seu despacho, publicado no sistema
eletrônico da Justiça Federal nesta manhã, Moro diz serem
“desnecessárias” novas diligências. “Enfim, este Juízo já ouviu muitos
depoimentos sobre o apartamento tríplex e sobre a reforma dele, não
sendo necessários novos a esse respeito. O que se faz necessário, sim, é
valorar oportunamente os depoimentos já tomados, juntamente com as
demais provas”, escreveu o juiz. (Ansa)
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