Por Redação BNews | Fotos: Gilberto Júnior / BNews
Os
26 Estados do Brasil e o Distrito Federal têm políticos locais na lista
do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ou
receberam pedidos de investigação relacionados ao acordo de colaboração,
de acordo com levantamento feito pelo Estadão. Segundo a publicação, se
antes Paraná, Rio, São Paulo, Pernambuco, a Justiça Federal e as cortes
superiores no Distrito Federal conduziam inquéritos relacionados à
operação, no pós-Odebrecht 20 Estados e o Distrito Federal terão células
da Lava Jato em busca de esclarecer fatos narrados pelos executivos da
empreiteira baiana.
Ao encaminhar petições ao Supremo com base nas revelações da Odebrecht,
no mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que
mais de 200 casos fossem remetidos a outras instâncias judiciais. Há
menções a ex-prefeitos, prefeitos e deputados estaduais, por exemplo.
Segundo o jornal, dos 215 pedidos de investigação enviados para outros
Estados, o maior número (48) foi remetido à Justiça Federal no Paraná,
base da Lava Jato. A maioria trata de desvio de recursos da Petrobrás e
ficará sob a tutela do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Do material enviado para a cidade onde a Lava Jato nasceu, ao menos
cinco petições são sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no esquema de corrupção. Conforme os depoimentos e
documentos anexados, o petista e seus parentes receberam vantagens da
Odebrecht, em troca da intermediação de favores no governo federal.
A reportagem detalha que outros sete casos enviados ao Paraná tratam de
ilícitos atribuídos a ex-ministros da era petista, entre eles Jaques
Wagner (Casa Civil), Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda), atualmente
preso em Curitiba, e Guido Mantega (Fazenda). Os documentos poderão
embasar novos inquéritos ou reforçar o conjunto de provas de
investigações já em curso.
Outros que serão apurados pela equipe de procuradores coordenada por
Deltan Dallagnol são o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
condenado a 15 anos de prisão por Moro, o ex-presidente do Banco do
Brasil Aldemir Bendine e o presidente da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
São Paulo, que, até a Odebrecht, só havia “sediado” uma fase da Lava
Jato, a Custo Brasil, passa a ser o segundo Estado com mais frentes de
investigação derivadas da delação.
Ao menos 29 petições foram para a Justiça Federal paulista e para o
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Além de prefeitos e deputados
estaduais, os alvos das apurações em solo paulista passam pelo
ex-ministro de Dilma Rousseff Edinho Silva (PT), com quatro pedidos de
investigação enviados, e vão até tucanos envolvidos em grandes obras,
entre elas o Rodoanel e o metrô.
Para o Rio foram enviados 22 pedidos, que miram nos políticos que se
revezaram no comando do Estado nos últimos anos. Ao menos quatro desses
pedidos tratam do envolvimento do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB),
atualmente preso, em recebimento de propinas por obras públicas. Também
há casos envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho (PR), sua mulher e
sucessora no Palácio Laranjeiras, Rosinha Garotinho (PR), e o
ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB).
Ainda de acordo com o jornal, no total, 24 senadores, de 17 Estados,
estão na lista dos investigados perante o Supremo. Na Câmara, há 39
nomes de 14 Estados. São Paulo e Bahia têm o maior número de deputados
federais investigados – 11 e 10, respectivamente. O Rio Grande do Sul
tem três deputados eleitos no Estado alvos de investigação.
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