Por Agência Brasil | Fotos: Reprodução
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO)
deflagram na manhã de hoje a Operação De Volta aos Trilhos, que
investiga crimes de lavagem de dinheiro decorrente do recebimento de
propina nas obras da Ferrovia Norte-Sul.
A operação, que é um desdobramento da Lava Jato e uma nova etapa das
operações O Recebedor e Tabela Periódica, cumpre dois mandados de prisão
preventiva, sete de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva
em Goiás e no Mato Grosso.
A operação baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o
MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade
Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina ao então presidente da
Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investigações
da Polícia Federal em Goiás, que levaram à identificação e à localização
de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros
(laranjas).
Os principais alvos da operação são Juquinha, seu filho Jader Ferreira
das Neves e o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Os dois primeiros são
suspeitos de continuarem a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo
oculto parte do patrimônio. O advogado Melo Ribeiro é suspeito de ser
laranja de Juquinha e seu filho e de auxiliá-los na ocultação do
patrimônio.
A pedido do Ministério Público, a Justiça de Goiás determinou as
prisões preventivas de Jader e de Leandro, além das conduções
coercitivas de Juquinha, do advogado Mauro Césio Ribeiro (sócio e pai de
Leandro), de Jeovano Barbosa Caetano e de Fábio Junio dos Santos
Pereira, suspeitos de prestarem auxílio para a execução de atos de
lavagem.
As buscas e apreensões têm como alvo as casas dos investigados, a sede
das empresas Pólis Construções e Noroeste Imóveis, que funcionariam no
escritório de advocacia de Mauro Césio e Leandro Ribeiro, bem como a
sede da Imobiliária Água Boa.
Condenação
Juquinha e seu filho já foram condenados na operação Trem Pagador (Ação
Penal nº 18.114-41.2013.4.01.3500) a, respectivamente, 10 e 7 anos de
reclusão por formação de quadrilha e lavagem de aproximadamente R$ 20
milhões provenientes da prática de crimes de cartel, fraudes em
licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Ferrovia
Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa pública
Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade.
As prisões foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo
depois de condenados, continuavam a cometer crimes de lavagem de
dinheiro. De acordo com nota do MPF/GO, ambos estão "em plena atividade
criminosa", além de estarem produzindo provas falsas no processo para
ludibriar o juízo e assegurar impunidade. Eles são acusados também de
custearem parte de sua defesa técnica com dinheiro de propina.
Um dos objetivos da Operação é o sequestro e apreensão de bens que, de
acordo com o Ministério Público estão em nome de terceiros como forma de
ocultar a real propriedade e a origem dos recursos usados para a sua
aquisição.
Antagonistas Da cadeia, Eduardo Cunha disse a aliados que Temer não
renuncia e que não dá de barato a queda do presidente. José Sarney fez
diagnóstico oposto. Segundo interlocutores, avalia que Temer está em um
beco sem saída e que deveria tentar conduzir sua transição.
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