Por Redação BNews | Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud,
entregou, como parte de sua delação premiada, ao Ministério Público
Federal, contratos e notas fiscais que teriam sido utilizados para
dissimular propinas à cúpula do PMDB. Entre os documentos que, segundo o
delator, são 'frios' e 'fictícios', estão números de notas fiscais
emitidas pela JBS ao Ibope. "Fazia pesquisa pra eles [senadores] e pagava com essa propina. o Ibope recebia propina. Nunca fez um serviço para nós".
O IBOPE reagiu com veemência à denúncia do executivo da JBS sobre
emissão de notas fiscais frias. “É com indignação que o IBOPE
Inteligência tomou conhecimento da acusação de que emitiu notas fiscais
falsas para a JBS como parte de pagamento de propina sem contrapartida
de bens ou serviços. O IBOPE Inteligência nunca emitiu notas fiscais
falsas, nem recebeu qualquer tipo de propina das empresas do grupo JBS
ou de qualquer outra empresa.”
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o delator relatou que o
Instituto teria sugerido contratos fraudulentos para justificar os
repasses da JBS. “Inclusive, eles várias vezes mandavam um contrato com
um punhado de pesquisa e falaram: arquiva isso aí direitinho, se amanhã
ou depois, se acontecer alguma coisa, você mostra isso aí. Eu falei: ‘ó,
rapaz, agora quer me ensinar a roubar dos outros?’”
Um dos anexos do acordo de colaboração da JBS com a Procuradoria-Geral
da República se refere a um pacote de R$ 46 milhões ao PMDB nas eleições
de 2014, que, segundo os executivos, teriam sido acertados entre o
então ministro da Fazenda Guido Mantega e um dos donos da JBS, Joesley
Batista. Do total, R$ 35 milhões seriam destinados à cúpula do PMDB no
Senado.
No caso de Renan Calheiros, parte das propinas seriam utilizadas para
‘preparar’ a eleição do peemedebista à presidência do Senado e a outra
parte teria como destino a campanha do filho dele, ao governo de
Alagoas.
Já Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) teria recebido R$ 3 milhões, para
campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. Do total, R$ 1
milhão foi doado oficialmente ao PMDB Nacional, ‘em nome do Henrique’ e
outra parte foi por meio de contratos de advocacia e de consultoria, e
termos firmados com o Ibope.
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