Dados do SNIS mostram que estado tem apenas 3,8% de cobertura.
Distribuição de água só atinge 34%; Ceasa diz que índices irão melhorar.
Com cobertura mínima, Macapá tem esgoto a céu aberto nas ruas (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Menos de 4 em cada 100 habitantes do Amapá
contam com acesso à rede de esgoto. É o que mostram dados do Sistema
Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), os últimos disponíveis,
divulgados neste ano.Os números, referentes a 2015, colocam o estado como o pior do país em relação ao saneamento básico. O Amapá também aparece na última colocação em relação ao fornecimento de água tratada. Os dados fornecidos pelo Ministério das Cidades mostram que apenas 1 a cada 3 pessoas conta com distribuição de água (34%) no estado.
Os percentuais, fornecidos pelos próprios órgãos de gestão do sistema de saneamento dos estados, impressionam. A Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), no entanto, tem uma justificativa clara para o indicador: um longo período sem investimentos no setor. A estatal diz que foram "mais de 20 anos" sem aplicação de recursos públicos em obras de esgoto, por exemplo.
Devido à qualidade do serviço, passou a ser comum a existência de esgoto a céu aberto na capital do Amapá. No bairro Nova Esperança, na Zona Sul de Macapá, o empreendedor Márcio Silva, de 40 anos, diz que precisou gastar R$ 3 mil do próprio bolso para amenizar o mau cheiro perto do restaurante que mantém com o filho.
Márcio Silva usou dinheiro do próprio bolso para
amenizar situação do esgoto do bairro (Foto:
Abinoan Santiago/G1)
"Esse problema ocorre há muitos anos. Eu moro aqui há mais de 30 anos e
sempre foi do mesmo jeito. Como eu tenho um empreendimento, tive que
tomar uma providência. Comprei galerias e mandei fazer galerias com
dinheiro do meu bolso", relata o morador, que utiliza a fossa séptica
como alternativa em casa.amenizar situação do esgoto do bairro (Foto:
Abinoan Santiago/G1)
O presidente da Caesa, Valdinei Amanajás, admite que os indicadores não são bons, mas diz que eles devem melhorar. Depois de 2015, foram inaugurados conjuntos habitacionais em Macapá que contam com ambos os serviços, administrados pela autarquia – o que deve ajudar a alterar o percentual de cobertura de água e esgoto.
Nos demais pontos da cidade, entretanto, o sistema continua o mesmo.
"Temos dois conjuntos habitacionais, o Macapaba e São José, e ambos são alimentados com rede de esgoto e água. Somente o primeiro, por exemplo, tem 3 mil unidades consumidoras. Com eles, haverá um aumento significativo. (...) Nos não temos investimentos há mais de 20 anos. As nossas tubulações são antigas e precárias", afirma Amanajás.
Esgoto deixa de ser tratado em vários pontos de
Macapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)
De acordo com a Caesa, existe a previsão de revitalizar os 6 mil
quilômetros de esgoto de Macapá com o investimento de R$ 10 milhões
oriundos de recursos federais. A licitação para o serviço deve ser feita
ainda em 2017. A autarquia também informa que atua na elaboração de um
projeto para ampliar a rede, o que deve ficar pronto somente em 2018.Macapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Quanto à distribuição de água, a Caesa espera que até o fim de 2017 a capital do Amapá aumente em mais 20 milhões de litros a capacidades dos reservatórios, o que dará para contemplar bairros ainda não atendidos. Atualmente, são comportados 6 milhões de litros.
Do total, 10 milhões de litros atenderão somente a Zona Norte de Macapá. O restante será dividido entre o Centro e as zonas Leste e Sul.
Caesa prevê aumentar captação de água em Macapá até fim de 2017 (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)
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