MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Hotéis de Guarapari têm perda de 40% nas reservas para o carnaval


Queda acontece no período de grande movimentação no setor.
Dados são Associação Brasileira da Indústria de hotéis.

De A Gazeta
Praia do Morro, em Guarapari, às 7h (Foto: Viviane Machado/ G1)Praia do Morro, em Guarapari, durante o verão no Espírito Santo (Foto: Viviane Machado/ G1)
A crise na segurança pública atingiu o turismo no Espírito Santo. Em Guarapari, um dos principais destinos do estado, o setor hoteleiro amarga uma perda de 40% nas reservas para o carnaval, segundo dados da Associação Brasileira da Industria de hotéis.
Neste período cerca de 400 mil pessoas visitam a cidade, movimentando também bares, restaurantes e comércio.
 
Proprietário de uma pousada em Guarapari, Fernando Otávio conta que está tentando negociar outras datas com os clientes para evitar ainda mais perdas. Além disso, o prazo para cancelamento das reservas sem prejuízo para os turistas também foi reduzido.
“Sempre oferecemos o adiamento das reservas, mas o perfil de quem procura a cidade no carnaval é diferente da Semana Santa e outras datas. Também estamos promovendo campanhas e dando descontos para que o público retorne em outro momento sua estadia aqui”, comenta.
O presidente da Associação Brasileira da Industria de Hotéis, Gustavo Guimarães, explicou que a queda nas reservas acontece justamente em um período de grande movimentação no setor, o que causa um rombo ainda incalculável na economia.
“Foi um impacto muito negativo não só para ocupação dos hotéis, mas também para imagem da segurança, que é fundamental para o turista que viaja com sua família”, avaliou.
Programação
Apesar de muitos turistas terem cancelado suas reservas, a prefeitura do município garante que o carnaval será mantido. O secretário de turismo de Guarapari, Miguel Agrize, explicou que além dos desfiles das escolas de samba, a festa na rua também será realizada na Praia do Morro, com tradicionais marchinhas e blocos.
“Cerca de 50 homens farão a segurança particular das escolas, juntamente com isso temos conversado com a Policia militar e com o exército para também estarem presentes”, afirmou.
Segundo o titular da pasta, não há necessidade de suspender nenhuma atração do carnaval. Atualmente aproximadamente 75 homens da Força-Tarefa Conjunta Capixaba fazem o policiamento ostensivo na cidade e a expectativa é que mais homens cheguem à cidade para garantir a segurança dos foliões.
Prejuízo de R$ 20 milhões no comércio
O setor do comércio em Guarapari vai fechar o mês de fevereiro no vermelho. Além das depredações e saques registrados em lojas nos dias em que a cidade ficou sem policiamento nas ruas, uma série de boatos impedem que os estabelecimentos comerciais retomem à normalidade.
Segundo o presidente do Sindilojas, Carlos Hoffmann Pádua, pelo menos 40 lojas foram alvo de criminosos, algumas delas tiveram praticamente toda a mercadoria roubada e ainda não reabriram as portas devido aos prejuízos.
A estimativa do Sindilojas é que o rombo no setor chegue aos R$ 20 milhões. “Vai levar um bom tempo para recuperarmos essas perdas”, afirmou.
Mateus de Oliveira, proprietário de uma lanchonete no Centro, conta que na última semana têm deixado de faturar até R$ 6 mil diários. Depois de ficar seis dias com as portas fechadas, ele reabriu a loja, mas recorrentes boatos que circulam nas redes sociais informando sobre supostas ações de criminosos previstas para acontecerem na região têm feito com que ele reduza o horário de funcionamento.
Além dos estragos provocados nas contas dos empresários, quem depende das vendas para sustentar a família também está sofrendo. A vendedora, Deivilane da Costa, 28 anos, acredita que neste mês o faturamento não chegará nem a metade do que ela normalmente ganha. “O povo está com medo e não aparece. Comissão em fevereiro, esquece”, avalia.
Segundo o Sindilojas, a esperança do setor é que o turista volte à Guarapari no carnaval e movimente o comércio. Ainda que isso aconteça, o rombo provocado pela crise na segurança pública não deve ser totalmente preenchido.

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