A Prefeitura de BH está realizando ações para acabar com possíveis focos do mosquito Aedes aegypti no entorno do Hospital Eduardo de Menezes, filiado à Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), no Barreiro. Na unidade estão internados dez pacientes dos vales do Rio Doce e Mucuri internados com suspeitas de febre amarela. Hoje será feita uma aplicação de inseticida na região e serão instaladas telas nas janelas do hospital.

Mesmo com esse cuidado, especialistas garantem que não há motivo para a população da capital ficar alarmada. De acordo com o infectologista Angus Leão, dificilmente acontecerá uma transmissão da febre amarela dos pacientes para moradores da capital, mesmo que sejam picados pelo mosquito. “O vírus fica no sangue até, no máximo, o quinto dia de sintomas, e depois se aloja no fígado. Mesmo que o doente esteja em um estado grave, inclusive com possibilidade de óbito, dificilmente transmite a doença quando ela já evoluiu. E a transferência para a capital só acontece depois da piora nos sintomas”, explicou.

Segundo o médico, é improvável que os casos notificados em Minas evoluam para uma epidemia, pois boa parte da população que vive em áreas urbanas já está imunizada pela vacina. “Esses casos estão acontecendo em zonas rurais, onde as pessoas não têm o hábito de se vacinar. O vírus só aparece quando encontra grupos de pessoas que não foram imunizadas”, disse.

Quem recebeu duas doses da vacina pode ficar despreocupado, pois ela possui uma eficácia próxima a 97%, afirmam especialistas. A Organização Mundial de Saúde recomenda apenas uma dose contra a febre amarela, mas o Brasil preferiu manter as duas no Calendário Nacional de Vacinação. Desde 2013 o Ministério da Saúde deixou de recomendar a vacinação de dez em dez anos para os brasileiros.

Semelhanças

O diagnóstico de febre amarela não é tão simples, segundo Leão, porque os sintomas da doença se assemelham a outras. Na primeira fase, ela se parece à dengue e zika, enquanto na segunda pode ser confundida com febre maculosa, leptospirose e hepatites virais. “O médico deve fazer uma investigação mais detalhada para fazer o melhor diagnóstico”, afirmou.