MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 15 de janeiro de 2017

Geddel agia internamente e em ajuste prévio com Cunha, afirma juiz federal



Por Redação Bocão News | Fotos: Reprodução
O suposto esquema de pagamento de propina por empresas em troca de empréstimos da Caixa Econômica Federal também foi utilizado para beneficiar partidos e políticos, segundo relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público na Operação Cui Bono.
 
De acordo com o G1, na decisão que autorizou buscas realizadas nesta sexta-feira (13), o juiz federal Vallisney de Oliveira destacou que o ex-ministro Geddel Vieira Lima, quando no cargo de vice-presidente da Caixa, “agia internamente, em prévio e harmônico ajuste” com o deputado cassado Eduardo Cunha, na liberação dos empréstimos.
 
Ainda segundo o G1, os investigadores acrescentam que “os valores indevidos eram recebidos, tendo como destinação o beneficiamento pessoal deles ou do PMDB”, diz trecho de um relatório obtido pelo Jornal Nacional. As mensagens de celular trocadas entre os envolvidos revelam a interação com integrantes do governo federal na época.
 
 
Em 23 de maio de 2012, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, suspeito de ser operador do esquema, pergunta a Fábio Cleto, então vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa, se ele se reuniu com o então ministro do Trabalho à época, Brizola Neto (PDT-RJ). "Sim ontem a noite fomos lá. Carlos [que segundo a Polícia Federal é um dos codinomes de Eduardo Cunha] é muito bem entrosado com o ministro. A vida do Furtado e do Vasconcelos vai ficar mais difícil agora”, escreveu Fábio Cleto.
 
A PF diz que a referência é a Marcos Vasconcelos, ex-vice presidente de Gestão de Ativos de Terceiros da Caixa, também foi alvo da Operação Cui Bono. O outro citado seria Paulo Furtado, integrante do Conselho Curador do FGTS. Nas conversas entre os integrantes do esquema, ambos eram tidos como pessoas que atrapalhavam as negociações. Dois dias após o suposto encontro entre Fábio Cleto e Brizola Neto, o então ministro do Trabalho exonerou Paulo Furtado. Em outra troca de mensagens, o grupo demonstra a intenção de usar a proximidade com Brizola Neto para prejudicar Marcos Vasconcelos.
 
“Eu conheço o ministro desde que ele foi deputado estadual”, comemora Fábio Cleto. "Essa proximidade de vocês é excelente! Precisamos usar isso para f... o Vasconcelos", responde Lúcio Funaro. Uma semana depois, ao falar sobre problemas que estariam tendo com o departamento de Marcos Vasconcelos, Fábio Cleto diz : "Tô discutindo com Carlos e Brizolinha o que podemos fazer para modificar esse rito". E depois completa: "Em outras palavras: tirar poder do Marcos". Marcos Vasconcelos ficou no cargo até setembro de 2016.
 
Chalita
Os investigadores registram também uma conversa em que empresas com negócios na Caixa e um político do PMDB são citados na mesma mensagem. Em abril de 2012, Lúcio Funaro diz a Fábio Cleto: "Tem que ver essa situação da Comport e Hypermarcas aí dentro pra andar rápido porque eles dois tão contribuindo com o Chalita e querem a contrapartida". Em 2012, Gabriel Chalita foi candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB. A investigação não conclui se Chalita recebeu alguma doação do esquema. O ex-deputado Gabriel Chalita disse que não pediu, não recebeu e “desconhece completamente” qualquer participação do grupo Hypermarcas e do grupo Comport em sua campanha à prefeitura de São Paulo.
 
A Hypermarcas disse que não realizou doações para Gabriel Chalita, nem nunca possuiu nenhum tipo de contrato com a Caixa. Por meio de sua assessoria, o PMDB disse que ainda não se posicionou sobre a operação.

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