MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 15 de janeiro de 2017

Cui Bono: esquema previa até calote na Caixa, diz empresário



Por Redação Bocão News | Fotos: Reprodução
Ex-dono do Big Frango, uma das empresas investigadas na Operação Cui Bono?, o empresário Evaldo Ulinski disse em duas entrevistas ao Estadão que Lúcio Bolonha Funaro e operadores dele lhe ofereceram um empréstimo de R$ 100 milhões na Caixa Econômica Federal, com condições especiais. 
 
Cobrariam 10% sobre do valor do financiamento, a título de comissão, para facilitar a liberação dos recursos. Mas havia outra opção. Se o empresário aceitasse dar uma comissão maior, de 30%, não pagaria o empréstimo. “Era 10% para você pagar e 30% para nunca mais precisar pagar. As palavras deles”, disse Ulinski ao Estado.
 
A história contada por Ulinski traz detalhes de como eram os bastidores de um esquema que previa a liberação de financiamentos irregulares na Caixa em troca de propinas, o alvo central da Operação Cui Bono?, deflagrada na sexta-feira.
 
Segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima – ex-ministro do atual governo de Michel Temer –, além de Funaro, operaram um esquema de fraudes na liberação de créditos da Caixa, que teria ocorrido pelo menos entre os anos de 2011 e 2013. Neste período Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco estatal, área que libera financiamentos para empresas.
 
Ulinski recebeu uma proposta para ter crédito na Caixa e foi ao escritório de Funaro. Contou que chegou a assinar um documento manifestando interesse em contratar Funaro para intermediar o crédito e feito cadastro na Caixa. Ele disse que as condições apresentadas eram tentadoras: “Preço bom, prazo bom, dez anos, 12 anos”, lembrou. “Conseguiria o empréstimo com custos baixíssimos. Eu não me recordo a que juros”. 
 
As tratativas, porém, não teriam avançado. “Naquele momento, eu até aceitaria, porém, tendo mais informações, desisti. Com mais conversa, eu vi que eu ia ter problemas no futuro.” 
 
O risco, para Ulinski, estava em dois detalhes: “A Caixa queria garantia. Eu tinha garantia para dar. Agora, desculpe, mas 10% de comissão é extorsão. Não é verdade? E pior que isso. A proposta do Lúcio Funaro era o seguinte: te arrumo R$ 100 milhões com 10% para pagar e 30% para nunca mais precisar pagar. Como pode? Eu dar uma garantia e não pagar? Caí fora”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário