Escrito por Alexandre Cegalla
| 28 Novembro 2016 MÍDIA SEM MÁSCARA
Internacional -
Europa
O
lema da campanha do candidato republicano bem que poderia ser adaptado
também à Europa, durante a série de eleições que serão realizadas em
vários países daquele continente, começando em dezembro desse ano, e se
estendendo por 2017 e 2018. O slogan “Make America Great Again” se
transformaria, então, em “Make France Great Again”, ou “Make the
Netherlands Great Again”, e assim por diante. Com Trump na presidência
dos EUA, os conservadores europeus podem vislumbrar uma luz no fim do
longo túnel, após anos de governos socialistas e sociais-democratas
aliados à elite globalista que promoviam a sistemática destruição dos
valores, da religião e da herança espiritual via marxismo cultural e
imigração islâmica, além de se curvarem ao totalitarismo dissimulado da
União Européia, cujos parlamentares não são elegidos diretamente pelo
povo e criam leis que prejudicam os próprios europeus.
De
quebra, a eleição de Trump pode garantir a paz com a Rússia e evitar o
temido confronto nuclear entre as duas potências, hipótese que parecia
bastante provável no caso de vitória de Hillary Clinton. Como afirmou
Olavo de Carvalho, em seu perfil do Facebook, “uma
aliança EUA-Rússia, hoje uma possibilidade efetiva, será a maior força
político-militar que o mundo já viu”. Prova disso é que, no dia seguinte
à eleição de Donald Trump, Vladimir Putin anunciou que pretende
restabelecer as relações diplomáticas com os Estados Unidos. A tarefa de
selar a paz com os Russos, porém, não será fácil, conforme mostraremos
mais adiante.
Mas
voltando à eleição de Trump, o fato é que a população européia está
cansada de políticos esquerdistas que, sob o pretexto de “ajuda
humanitária”, nada fazem para conter a imigração em massa que pouco a
pouco vai mudando a cultura e a sociedade no continente. Tampouco esses
governantes tomaram quaisquer medidas para impedir a série de atentados,
estupros e ataques conduzidos por muçulmanos contra pessoas inocentes
no último ano.
Líderes
como o presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela
Merkel são a personificação dessa política fracassada de transformar o
berço de nossa civilização em um imenso laboratório utópico onde se
recebe de braços abertos indivíduos oriundos de uma outra civilização
antagônica cujo único objetivo é conquistar e destruir quem não quiser
se submeter a eles, impondo a Sharia à força. “O povo está farto de
políticos que se recusaram a lhe dar ouvidos no tocante à imigração
crescente, à perda da lei e da ordem, e ao dinheiro dos impostos sendo
investido no exterior, enquanto as necessidades domésticas aumentam”,
diz o holandês Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade, que será
forte concorrente ao VVD, partido do atual primeiro-ministro Marke
Rutte, nas próximas eleições parlamentares de março, na Holanda.
Os
primeiros sinais dessa virada conservadora se deram com o Brexit, que
marcou a saída do Reino Unido da União Européia, após referendo
realizado em julho. Cerca de 51% dos eleitores votaram pela restituição
da soberania de seu país, libertando-o das amarras alfandegárias,
comerciais e, principalmente políticas da União Européia. No fim das
contas, o que a maioria dos britânicos decidiu foi tomar o destino de
sua nação nas mãos, ao invés de deixá-lo a cargo de um punhado de
burocratas de Bruxelas (capital de facto da União Européia) a serviço da elite globalista.
O
primeiro país europeu a escolher um novo líder será a Áustria, que terá
o segundo turno das eleições presidenciais ainda em 2016, no dia 4 de
dezembro. O candidato Norbert Hofer, do Partido da Liberdade, lidera as
pesquisas na disputa contra Alexander Van der Bellen, do Partido Verde.
Hofer, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno, com 35% dos votos
(assim como no Brasil, na Áustria há o segundo turno, caso nenhum dos
candidatos some mais do que 50% dos votos), é contra a “política de boas
vindas” do atual governo aos imigrantes muçulmanos. Desde o início da
crise de imigração na Europa, a Áustria já recebeu mais de 90 mil
pedidos de asilo. Hofer também defende um plebiscito para decidir se seu
país deve continuar na União Européia.
Já
na França, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, saudou a vitória de
Trump, dizendo “Hoje, os Estados Unidos, amanhã, a França”. Uma
assessora sua também postou no Twitter que “o mundo deles está entrando
em colapso. O nosso está sendo construído”, fazendo referência à derrota
de Hillary Clinton nas urnas. Marine Le Pen também defende a saída da
França da União Européia e concorrerá às eleições presidenciais de abril
do ano que vem. Apesar de sequer ter iniciado a campanha (coisa que ela
fará somente a partir de fevereiro), segundo pesquisas, a candidata da
Frente Nacional já tem cerca de 30% das intenções de voto.
Segundo
a líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Frauke Petry, o
resultado nas eleições dos EUA representam uma virada política e uma
“chance histórica” para seu país e para toda a Europa. “Assim como os
americanos, os alemães devem ter a coragem de ir votar, ao invés de
ficarem em casa resignados”, declarou. Até a Suécia, país que parecia estar prestes a cometer suicídio nacional,
“sofre com a criminalidade” conforme já publicado aqui, parece estar
aos poucos saindo da apatia social-democrata, com a ascensão do partido
nacionalista Democratas da Suécia, que já é o terceiro maior do país. As
próximas eleições gerais acontecerão em 2018.
Alguns
países do Leste Europeu, como Polônia e Hungria, já possuem líderes
conservadores há alguns anos. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban,
no poder desde 2010, foi uma das principais vozes contra a onda de
imigrantes muçulmanos no continente. No ano passado, Orban mandou
construir uma cerca de arame farpado de 160 quilômetros de extensão ao
longo da fronteira com a Sérvia, a fim de impedir a passagem de
imigrantes pelo seu país. Antes da construção da cerca, 400 mil
refugiados já haviam cruzado o território húngaro, só em 2015. Outrora
marginalizado como um líder “radical” e de “extrema-direita” pela mídia e
pelas lideranças políticas mundiais, Orban é hoje umas das principais
referências entre os conservadores europeus.
É
claro que há várias questões dentro da direita européia -
principalmente quanto ao posicionamento em relação às grandes forças
globais - que ainda não foram totalmente esclarecidas. Na França, por
exemplo, a Frente Nacional é bastante influenciada por Alain de Benoist,
fundador da Nouvelle Droite (Nova Direita), movimento de inspirações
fascistas e ligado às idéias de Aleksandr Dugin. Segundo o “profeta” do eurasianismo, Benoist é o intelectual mais importante da Europa hoje.
Além disso, em 2014, o partido de Marine Le Pen recebeu 9,4 milhões de euros de um banco russo ligado ao Kremlin, conforme já noticiado aqui pelo Mídia Sem Máscara. O empréstimo teria sido em troca do apoio de Le Pen à anexação russa da Criméia.
A transação foi descoberta após hackers da organização Anonimous
International revelarem várias mensagens de celular trocadas entre Timur
Prokopenko, chefe da Divisão de Assuntos Internos do Kremlin, e
Konstantin Rykov, político e figurão da mídia russa. Prokopenko é um
notório nacionalista russo e ligado a Aleksandr Dugin. É bastante
provável que, caso seja eleita, Marine Le Pen busque o “Frexit”, ou a
saída da França da União Européia. Se isso será para cair, em seguida,
no colo da Mãe Rússia, ou para adotar uma posição mais autônoma da
França em relação aos grandes esquemas de poder global, só o tempo dirá.
No
caso do Reino Unido, ainda que diga ser contrária à entrada em massa de
muçulmanos e prometa endurecer as leis contra a imigração ilegal, a
primeira-ministra Theresa May – assim como outros membros do Partido
Conservador, como seu antecessor, David Cameron - se posicionaram contra
o Brexit e parecem ser simpáticos à elite globalista. Na Espanha, o
primeiro-ministro de centro-direita, Mariano Rajoy afirmou que o país só
poderia receber uma cota de 2739 pedidos de asilo, mas acabou cedendo e
concordou em aceitar um número muito maior de imigrantes a fim de
“redistribuí-los” mais tarde para outros países da Europa. De qualquer
forma, a eleição de Donald Trump demonstrou à Europa e ao resto do mundo
que o poder do voto popular ainda pode fazer a diferença, e de que uma
volta às tradições conservadoras e à cultura cristã ainda é possível no
Velho Continente.
Entretanto,
é importante frisar que os globalistas não entregaram os pontos e,
ainda que enfraquecidos, vão continuar com seu projeto de domínio
mundial. No último dia 18, por exemplo, Barack Obama e vários líderes
europeus aliados a George Soros se reuniram em Berlim para discutir uma
maneira de manter a política de provocações à Rússia e discutir a
manutenção da parceria entre EUA e OTAN. Isso demonstra que não está
descartada a possibilidade da OTAN tentar provocar um conflito com a
Rússia (e, por conseguinte, arrastar os EUA junto), independentemente do
processo de reaproximação entre Trump e Putin. Tanto que,
no dia seguinte à reunião dos líderes globalistas na capital alemã, um
avião de passageiros russo que transportava diplomatas e jornalistas
para um encontro de chefes de estado em Lima, no Peru, foi interceptado
por jatos da força aérea suíça. O avião foi acompanhado por três
caças enquanto sobrevoou o espaço aéreo daquele país. A embaixada russa
na Suíça emitiu uma nota indignada, exigindo explicações das
autoridades. O Ministério da Defesa da Suíça se limitou a dizer que a
manobra foi um “check up de rotina”. Vladimir Putin, que também
compareceu ao encontro do Tratado de Cooperação Econômica no
Ásia-Pacífico na capital peruana, voou em um outro avião. Não é exagero
afirmar que a mera hipótese do avião transportando o líder de Rússia ser
derrubado por um caça de um país-membro da OTAN nos faz lembrar do
assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império
Áustro-Húngaro, por um nacionalista sérvio, em 1914, o que precipitou na
eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Durante
o encontro, Obama declarou ainda que uma mudança na ordem global
deixaria o mundo mais “malvado, duro e conturbado”. Estaria ele apenas
fazendo propaganda anti-Trump, com alertas falsos sobre o mundo piorar
com o magnata na presidência dos EUA? Ou estaria Obama avisando
implicitamente que ou Trump faz o jogo dos globalistas e mantém a
aliança com a OTAN, ou haverá guerra na Europa contra a Rússia, queira
ele ou não?
Alexandre Cegalla é jornalista.
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