MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 18 de outubro de 2016

SEPARATISTAS DO SUL AMARELARAM ?




Milito no projeto independentista do SUL desde 1986,quando lancei  INDEPENDÊNCIA DO SUL, propondo um debate sobre a secessão dos 3 Estados do Sul do Brasil (PR,SC e RS),a fim de que , unidos,constituíssem  um país independente,autodeterminado, soberano ,com base no direito de autodeterminação dos povos consagrado na própria Constituição Federal e principalmente  nas disposições do  direito internacional.
É evidente que nessa época, e  por se tratar de discussão absolutamente inédita,o conteúdo desse pequeno livro deixou muito a desejar. Mas também não pode ser negado que ele teve o mérito de  abrir uma grande discussão que no decurso do tempo foi ampliada e aperfeiçoada, com adesão de muitos sulistas e extraordinárias inteligências do seu meio, especialmente de pessoas  ligadas  ao “ Movimento O Sul é o Meu País”, organização que mais se destaca hoje nessa empreitada.
Mais tarde,já em 1990,participei da fundação do PARTIDO DA REPÚBLICA FARROUPILHA-PRF,em Assembleia Geral Constituinte no “Plenarinho” da Assembleia Legislativa do Estado do RS, no dia 30 de maio desse ano, quando foram aprovados o Estatuto e o Programa do partido.  Requerido o  registro desse  novo partido como simples pessoa jurídica ,que seria o primeiro passo antes de legalizá-lo como partido político operacional no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, conforme determinava a Lei Orgânica dos Partidos Políticos da época,esse registro foi indeferido pelo titular do Cartório competente,em Porto Alegre,que suscitou a “dúvida” ao Juízo de Direito da Vara dos Registros Públicos,que por sua vez acabou julgando procedente a dúvida levantada pelo titular do Cartório ,ratificando o indeferimento do seu registro. Seguiu-se uma série de recursos às instâncias superiores do Judiciário  ,porém sem êxito ,chegando a ser apreciada no Supremo Tribunal Federal. Mas na verdade o PRF pode ter “morrido” para o decadente ordenamento jurídico brasileiro e suas decrépitasinstituições ,porém está agora ,depois de tantos anos, mais vivo que nunca no coração e na mente dos seus fundadores e seguidores. Afinal de contas,ideias não morrem. E a prova está aí , bem presente.
Fundado em 1992,o MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS não tem poupado esforços no sentido de conseguir a INDEPENDÊNCIA DO SUL. Mas apesar de todo esse  empenho,esse movimento enfrenta toda espécie de dificuldades para prosseguir a sua luta, esbarrando   em toda espécie de obstáculos colocados pela “oficialidade” brasileira.
Após muitos anos realizando por sua conta e risco diversas PESQUISAS na Região Sul sobre a proposta independentista do Sul ,invariavelmente VITORIOSA,sempre por larga margem,o Movimento optou por realizar um PLEBISCITO em toda a Região Sul,usando seus próprios meios e recursos dos seus próprios militantes, sem qualquer verba pública que ajudasse,e sem que tivesse nenhuma “justiça eleitoral” à sua disposição,como invariavelmente é feito por qualquer “besteira” que seja do agrado do “Sistema” e do interesse da classe política.
Tomando conhecimento desse anunciado plebiscito,que estava inicialmente programado para o dia 2 de outubro desse ano ,junto com as eleições municipais - escolha esta que visava aproveitar a mobilização humana compulsória das eleições – o Tribunal Regional Eleitoral-TRE de Santa Catarina proibiu que a consulta popular fosse realizada no mesmo dia das eleições municipais e que se usasse a expressão “plebiscito” ,julgando-se assim  “dono” do dicionário. O Movimento não contestou e atendeu essa ordem arbitrária,própria da tirania,mudando a data da consulta  para 1º de outubro e adotando a expressão “PLEBISUL”, ao invés de plebiscito.
O resultado do plebiscito foi surpreendente .Mais de 600 mil pessoas compareceram às urnas e 95% dos eleitores votaram favoravelmente à proposta de Independência do Sul. Muitos ignorantes que andam por aí questionam a validade desse plebiscito porque o número de eleitores que compareceram teria sido pequeno em relação ao número de eleitores do Sul. Mas eles convenientemente “esquecem” que TODOS OS SULISTAS estavam convocados, inclusive os contrários à ideia. Se não compareceram , não têm o direito de reclamar qualquer coisa,inclusive do resultado.
Mas a partir dessa vitória independentista estrondosa no PLEBISUL, instalou-se um enorme problema. O que fazer com essa vitória?
A Direção do Movimento optou pela realização de uma Assembleia Geral para o dia 15 de outubro, em Lages/SC, cidade que inclusive está bem  cotada para abrigar a capital do país em formação ,onde seria discutido o resultado do PLEBISUL.
Mas não foram as mais felizes algumas deliberações dos congressistas. O simples fato de ter sido decidida a realização de um novo plebiscito para 7 de outubro de 2017,por si só já significa DESMERECIMENTO ,  e mesmo  “empobrecimento”, do sentido mais puro do plebiscito recém realizado (o de 2016). Saliente-se que entre PLEBISCITO e PESQUISA existem grandes diferenças. E por essa deliberação certamente estão equiparando ou confundindo plebiscito com pesquisa. A mim parece, portanto, que está sendo jogado fora um material precioso, conseguido com muita garra. O que deveria ser feito é trabalhar com afinco  sobre o resultado do PLEBISUL 2016,não perdendo tempo com as instituições oficiais brasileiras e buscando logo uma provocação nos organismos internacionais competentes,inclusive na Organização das Nações Unidas-ONU,e na Organização das Nações e Povos não-Representados-UNPO. Assim como foi decidido,quantos “plebiscitos”teriam que serfeitos ? Em 2017,2018,2019...?  Assim como foi decidido na  Assembleia, a INDEPENDÊNCIA DO SUL está sendo “empurrada com a barriga”. Sem dúvida ,um ano é muito tempo  para perder.Assim como ficou deliberado, mais parece um “querer não-querendo”. 
Outro aspecto que merece alguma atenção é a decisão da assembleia sobre a “iniciativa popular” e a tentativa de obter assinaturas de  1%  do eleitorado  para os fins buscados pelo Movimento. Em primeiro lugar, a “inciativa popular”,como uma das formas da prática de democracia direta,ao lado do plebiscito e do referendo ,só se aplica em âmbito nacional,não podendo ser regional, como o plebiscito. Então mesmo que se conseguisse 1% dos eleitores do Brasil,de qualquer modo o projeto de lei teria que ser aprovado  pelo Congresso Nacional,o que evidentemente jamais aconteceria, até mesmo porque esbarraria nos impeditivos da Constituição.    
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo

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