MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 17 de novembro de 2013

Tribunal de Justiça do DF elimina 60 mil processos velhos por mês


Hoje, são 2,9 milhões de documentos guardados em três galpões.
Papéis com prazo de arquivamento vencido são triturados e doados.

Ricardo Moreira Do G1 DF

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal descarta por mês 60 mil processos velhos. São papéis que já passaram do prazo de arquivo e precisam ser destruídos para dar lugar a novos processos que chegam diariamente ao tribunal.
Corredor de um dos galpões do TJ onde são guardados os processos (Foto: Ricardo Moreira/G1)Corredor de um dos galpões do TJ em Brasília onde são guardados os processos (Foto: Ricardo Moreira/G1)
O acervo da instituição conta hoje com 2,9 milhões de processos armazenados em 356 mil caixas em três galpões. Em 55% dos casos, os documentos são da esfera cível, como execução de dívidas, por exemplo. Processos cíveis podem permanecer nos armários do TJ por até dez anos.

Outros 34% referem-se à esfera criminal. Se o processo criminal contém uma sentença de condenação do réu, o material não é eliminado.
"Depois que o sujeito é preso e condenado, ele vai cumprir a pena. E durante esse período, o processo tem que ser guardado para qualquer motivo futuro. Se alguém quiser tirar alguma dúvida ou questionar algum procedimento no processo, o documento estará guardado", diz o subsecretário de Arquivos Intermediários do TJDFT, Elvis Correa Miranda.
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Leida Santos, presidente de uma cooperativa de material reciclável do DF (Foto: Ricardo Moreira/G1)Presidente de uma cooperativa de material reciclável do DF
(Foto: Ricardo Moreira/G1)
Quando a discussão é sobre casos de família, o prazo de arquivamento pode chegar a um século, segundo o subsecretário.

De acordo com o tribunal, a região de Taguatinga, com 220 mil moradores, é a que mais contribui para o volume de papéis armazenados hoje nos galpões do TJ. Em seguida estão Ceilândia, que tem 443 mil habitantes, e Sobradinho, com 159 mil moradores.

Segundo o TJ, a lei prevê que documentos digitalizados não têm validade jurídica, por isso não é possível eliminar os originais. Os processos são mantidos em três prédios localizados no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (Saan).
Os papéis que sobram da destruição dos processos são doados a uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis do DF, por um convênio assinado entre o TJ e a entidade. Segundo o tribunal, a ação integra o "Programa Viver Direito", que gera renda para 2 mil famílias beneficiadas pela instituição.

Segundo o TJ, mais 714 mil processos já foram eliminados – se fossem colocados lado a lado, essa quantidade representaria o equivalente a 9,6 quilômetros ou 480 toneladas de papel.
Pilha de processos que serão triturados na gráfica do TJ (Foto: Ricardo Moreira/G1)Funcionária de cooperativa segura pilha de processos que serão triturados (Foto: Ricardo Moreira/G1)
O subsecretário de Arquivos Intermediários do TJDFT afirma que antes de os documentos serem destruídos, o órgão publica um edital para comunicar as partes envolvidas. Miranda diz que é concedido um prazo para que eles solicitem informações sobre os processos.

De acordo com o subsecretário, o acesso ao Judiciário tem feito com que o volume de processos gerados hoje seja muito maior do que a quantidade de documentos eliminados.
"O primeiro galpão do TJ foi criado em 2001 no Saan para receber a documentação que viria dos fóruns de Brasília. Acreditava-se na época que esse galpão duraria por pelo menos uns 15, 20 anos. Porém, em dois ou três anos esse galpão ficou totalmente lotado. No ano passado, foi construído o terceiro galpão. Ou seja, em 12 anos, nós lotamos três unidades", afirma Miranda. Cada um dos galpões do TJ possui cerca de 2 mil m².

Reciclados
Presidente de uma cooperativa de catadores que recolhe processos do TJ, Leida Santos diz que grande parte do material voltará a ser utilizada no futuro em forma de papel.
"Do galpão, as caixas vão para a gráfica do TJ, que funciona no Guará II. Lá, o papel é triturado. Depois, a cooperativa vende o material para outra empresa", diz Leida.

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