'Sou uma leitora voraz', diz idosa em visita à Feira do Livro de Porto Alegre

Aposentada de 63 anos comprou cinco obras neste domingo (10).
Suzana Xavier da Silva diz que visita o evento literário todos os anos.

Rafaella Fraga Do G1 RS

Suzana da Silva foi à Feira do Livro com o marido e o pai neste domingo (Foto: Rafaella Fraga/G1)

Aos 63 anos, a aposentada Suzana Xavier da Silva se define como uma "leitora voraz". Ao menos dois livros por mês ela garante que lê. Neste domingo (10), a idosa visitou a Feira do Livro de Porto Alegre, como costuma fazer todos os anos, acompanhada do marido e do pai. Desta vez, comprou cinco obras de uma vez só.

Movimento na Feira do Livro era mais tranquilo no início da
tarde deste domingo (Foto: Rafaella Fraga/G1)

"O melhor de ler um livro é começar outro", diz Suzana, inspirada em uma frase estampada nos corredores da Praça da Alfândega. "Sou uma leitora voraz. Leio o ano inteiro", completa.
Entre os títulos adquiridos estão a biografia do ex-jogador de futebol Walter Casagrande “Casagrande e Seus Demônios”, “Diana: Sua Verdadeira História em Suas Próprias Palavras” escrita pelo biógrafo Andrew Morton sobre a vida da princesa de Gales, “As velhinhas de Copacabana” de David Coimbra e dois lançamentos da escritora americana Emily Giffin. “Adoro crônicas e romances”, sintetiza.
No passeio pelos estandes, a idosa estava acompanhada do marido João Nelson Rezende da Silva, de 69 anos. “Gosto de ler quando estou de férias, diferente dela, que lê sempre. Eu tenho que ter espírito para ler”, disse o aposentado.
Aos 89 anos, o pai de Suzana, Cesar de Oliveira Xavier, escolheu uma obra que tem um valor pessoal: o romance do jornalista e escritor Rafael Guimaraens “A Dama da Lagoa”, que faz um apanhado sobre um crime ocorrido em 1940 em Porto Alegre. Um casal de jovens da alta sociedade desapareceu após uma festa na capital gaúcha. Dois dias depois, o corpo da moça foi encontrado na Lagoa dos Barros, próxima à Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
“O personagem é um assassino. E ele era meu amigo de infância, nós jogávamos bola no meio da rua. Ele matou a namorada e o caso ficou muito conhecido na época. Todo mundo ficou chocado. Levaram vários dias para encontrar o corpo da menina. Isso tudo me chamou atenção para comprar o livro”, resume.
No início da tarde deste domingo, o movimento nos corredores da Feira do Livro era mais tranquilo em comparação com o sábado (9). Vendedores de algumas bancas, porém, não desanimam. Os livreiros dizem que é a queda é normal e que os picos estão mesmo ocorrendo aos sábados. As vendas, segundo eles, também não são prejudicadas.
Na primeira semana do evento, a organização apontou que foram comercializados 150 mil livros, o que indica um acréscimo de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. A Feira do Livro de Porto Alegre segue até o dia 17 de novembro.
Com 140 expositores, o evento terá pelo menos 700 sessões de autógrafos, 156 eventos em salas (mesas-redondas, palestras e seminários), 31 oficinas ligadas ao livro e à criação literária, 31 eventos artísticos e culturais, a presença da literatura internacional e uma área dedicada à crianças e jovens com 293 atividades.