Calor, asfalto abrasivo e rotatórias estão entre os motivos.
Desgaste chega a provocar 10 mil km a menos de vida útil para os pneus.
A composição do asfalto é um dos principais causadores de desgaste prematuro de pneus
(Foto: Bernardo Gravito/G1)
Os carros que circulam em Palmas, capital do Tocantins,
tem um gasto médio de pneus até 25 por cento maior do que em outras
cidades do país. Uma das principais causas do consumo acentuado é o
excesso de rotatórias aliado ao mau uso do veículo. Porém, os vilões dos
pneus na cidade são o calor e o asfalto abrasivo.(Foto: Bernardo Gravito/G1)
Os pneus do carro de um curitibano, por exemplo, que faz a manutenção corretamente pode durar 40 mil quilômetros, enquanto os pneus de um carro mantido nas mesmas condições em Palmas dura no máximo 30 mil quilômetros. As rotatórias podem ajudar a acelerar este consumo.
As rotatórias acentuam o desgaste dos pneus do
lado direito (Foto: Bernardo Gravito/G1)
Somente no Plano Diretor, região central de Palmas, existem 177
rotatórias, de acordo com a prefeitura do município. Elas ficam
localizadas nos cruzamentos das principais avenidas da cidade e foram
projetadas para evitar semáforos. Dirigindo por estas vias, os
motoristas encontram uma rotatória a cada 500 metros, em média.lado direito (Foto: Bernardo Gravito/G1)
O dono de uma frota de táxis na cidade, Alan Kardec de Oliveira, conta que seus carros gastam mais os pneus da direita do que os pneus do lado esquerdo. “Como os carros contornam as rotatórias sempre para a esquerda, o peso se concentra no outro lado e força o desgaste”, explica.
Um especialista no assunto, o gerente técnico de uma rede de distribuição de pneus da região Norte, Francisco Sampaio, trabalhou durante 17 anos como inspetor técnico da Pirelli e aponta quais as causas do consumo excessivo de pneus em Palmas.
Para Sampaio, as rotatórias são mais agressivas aos componentes da suspensão e dos freios do que aos próprios pneus. O balanço na carroceria causado pelas curvas diminuem a vida útil destas peças. Para ele, as rotatórias só oferecem desgaste aos pneus caso o motorista faça o contorno com velocidade excessiva. Ainda assim, o técnico lembra que as rotatórias podem acentuar esse desgaste, caso eles estejam desalinhados ou descalibrados.
O gráfico mostrado por Sampaio, explica a
importância da calibragem para o consumo de
pneus (Foto: Bernardo Gravito/G1)
O piso áspero e o calor são os principais fatores que aumentam o
consumo de pneus em Palmas, de acordo com Sampaio. Ele explica que o
asfalto da cidade tem muita brita em sua composição. A mistura aumenta a
resistência da pavimentação que dura mais tempo. Em contrapartida, ela
atua como uma lixa na borracha dos pneus.importância da calibragem para o consumo de
pneus (Foto: Bernardo Gravito/G1)
O calor também é prejudicial. As altas temperaturas amolecem a borracha que fica mais aderente, mas se solta com maior facilidade. O meteorologista, José Luiz Cabral, conta que nos períodos de estiagem, normalmente de abril a setembro, a temperatura média da cidade chega aos 35 graus.
Em pistas de automobilismo é possível perceber como a temperatura no asfalto é bem superior que a ambiente. Por exemplo, no Autódromo Internacional Nelson Piquet em Brasília (DF), quando a temperatura ambiente era de 30 graus, nos treinos de classificação para a Stock Car e Brasileiro de Turismo na semana passada, a temperatura no asfalto era de 55 graus.
Medidas para aumentar a vida útil dos pneus
Sampaio explica que a manutenção correta pode
aumentar a vida útil dos pneus
(Foto: Bernardo Gravito/G1)
Alguns cuidados podem ser tomados para prolongar a vida útil dos pneus e
elas servem para motoristas de qualquer cidade. De acordo com Sampaio,
elas também ajudam a economizar outros componentes do carro como freios e
peças da suspensão.aumentar a vida útil dos pneus
(Foto: Bernardo Gravito/G1)
O cuidado mais simples é a calibragem. O especialista explica que a pressão incorreta é o principal causador de desgaste irregular. O ideal é calibrar o carro, pelo menos, uma vez por semana. Durante este procedimento, deve-se observar se não existem bolhas ou lados mais gastos do que os outros. Caso o dono perceba algo de anormal, é bom que ele procure alinhar o carro.
O rodízio deve ser feito a cada 10 mil quilômetros. Nesse procedimento, os pneus do eixo dianteiro, que gastam mais em função da tração do carro, são colocados no eixo traseiro e vice-versa. O alinhamento deve ser feito junto com esta troca.
O modo de condução interfere no desgaste dos pneus e das peças do freio e da suspensão. Arrancadas, frenagens e curvas bruscas forçam estas peças que precisarão ser trocadas antes da hora prevista pela fábrica.
Em Palmas, na região central, existem 177 rotatórias (Foto: Bernardo Gravito/G1)
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