MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 10 de novembro de 2013

Longa-metragem ‘O Exercício do Caos’ estreia em circuito nacional


Filme maranhense tem assinatura do cineasta Frederico Machado.
Trabalho foi selecionado por mais de dez festivais internacionais.

Do G1 MA, com informações da TV Mirante

O longa-metragem ‘O Exercício do Caos’, do cineasta maranhense Frederico Machado, filho do poeta Nauro Machado, estreia nesta sexta-feira (8) em circuito nacional. O filme, que já foi selecionado por mais de dez festivais internacionais, será exibido em cinemas de nove cidades brasileiras. O primeiro do Maranhão a ser levado para as telas de todo o país.
‘O Exercício do Caos’ conta a história de um pai, chamado Biné, que trabalha com as três filhas em uma fazenda quase abandonada no interior do Maranhão.  A mãe das meninas morreu, mas o espírito dela ainda ronda pela casa. Em torno dessa família há um capataz muito exigente e que cobra por mais trabalho do pai e das três filhas na fazenda.
O drama da família é permeado pelo capataz, eixo de ligação entre os trabalhadores e o dono da fazenda. O filme de suspense trata sobre dos conflitos pessoais, relações interpessoais e de domínio. Um drama social que, segundo o diretor do longa, Frederico Machado, abre para público diferentes interpretações da obra. “É um filme bem aberto, onde o público tem um poder muito grande de saber aonde vai a história. É um filme de suspense existencial, que muita referência com o cinema europeu. A gente acredita muito no que está fazendo e muito na percepção do público desse tipo de cinema”, disse.
A gravação do filme durou dez dias e foi executada em um povoado da Zona Rural de São Luís. O trabalho de pós-produção durou cerca de quatro meses. “Foi um processo longo de procuras de cenários. A gente pensou logo em filmar no interior até para aproveitar a logística local. Até porque sairia mais barato para produção. É um filme pequeno, mas passamos uns meses procurando essa locação foi quando encontramos a Comunidade do Andiroba e da Vila Coquí.”, explicou Hilter Frazão, produtor.
A obra foi baseada na atmosfera e clima da história do leste da Europa. Os versos do poeta maranhense, Nauro Machado, passeiam pela história do filme. “O filme foi baseado na ópera que conta a história de um anjo que vem pra tentar manipular um personagem que todos pensam que é um anjo do mal. E na realidade ele se revela um anjo de bem no decorrer da historia. Tentamos adaptar a ópera russa para o sertão brasileiro, para essa realidade maranhense, misturando com a ideia de fantasmas na região. Baseado também na poesia do Nauro Machado, que é meu pai, e que talvez seja o poeta brasileiro vivo mais importante que eu considero, pelo menos.”
Atores
Isabela é bailarina e nunca tinha trabalhado como atriz. No filme, ela é a filha mais nova do Biné, que consegue ver o espírito da mãe rodando a casa onde vive a família. Do balé para as telas do cinema. Um desafio para Isabela. “O balé e o cinema têm mundos em comum, mas são coisas totalmente diferente. O público é diferente, então, no início, foi bem difícil. Mas no momento em que eu estava gravando eu realmente vivi o personagem”, disse Isabela Sousa.
A personagem da atriz Elza Ramalho no filme é Das Dores, que morreu e deixou as três filhas dela com o marido, mas o espírito ainda está presente na casa. “O filme é atemporal, mas com os temas muito atuais, que tem um incesto. A violência contra a mulher, a opressão, o trabalho escravo”, falou Elza.
Apesar do jeito brincalhão do Di Ramalho, o personagem dele no filme é sério e rigoroso: o capataz que cobra ainda mais trabalho do seu Biné e das três filhas dele. Para o ator, foi um desafio encarar o papel, pois a experiência que tem é na comédia e no filme retrata um drama social.

“Acredito que esse personagem tem alguma coisa de mim, sim. Afinal, todo mundo tem o seu lado de capataz. Isso aí é notório, porque a gente sempre exige alguma coisa de alguém. O filme tem esse formato de mexer com a família, com as relações interpessoais fazenod com que a gente reflita. Ele é um filme bastante reflexivo.”

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