MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 10 de novembro de 2013

Hotéis no Rio cobram na Copa mais que o dobro do verão, diz Embratur


Diária média na Copa é R$ 1,1 mil, aponta levantamento; no verão, R$ 438.
Presidente da Associação de Hotéis contesta e nega preços abusivos.

Juliana Braga do G1, em Brasília

Levantamento da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) obtido pelo G1 mostra que os preços praticados por hotéis do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo do próximo ano chegam a ser duas vezes e meia superiores à diária média da alta temporada de verão e quase 50% maiores que os cobrados para o período do Réveillon 2013-2014.
O presidente da Associação Brasileira de Hotéis contesta as informações e nega que os hotéis estejam praticando preços abusivos (veja mais abaixo). Nesta quinta-feira (7), o Ministério da Justiça informou que notificou as principais redes hoteleiras e associações de hotéis para explicar em 48 horas os indícios de preços abusivos cobrados para o período da Copa do Mundo.
Para fazer o levantamento, a Embratur informou que consultou pela internet, nesta quinta-feira (7), os preços de 16% da rede hoteleira da cidade (128 hotéis de todas as categorias). A empresa mensura a cada 15 dias os valores das diárias dos dez principais destinos de lazer no Brasil e dos dez principais destinos de negócios.
A consulta foi motivada pelo argumento da rede hoteleira, que, procurada pela Embratur para negociar a redução de preços, justificou que as tarifas na Copa serão as mesmas da alta temporada.
Segundo o levantamento da Embratur, a média da diária cobrada para janeiro de 2014, durante o verão carioca, é de R$ 438,03. Para o Réveillon, pico de demanda dos turistas, é de R$ 739,87. Na Copa, R$ 1.105,11.
Para o presidente da Embratur, Flávio Dino, a exorbitância dos preços pode estigmatizar o Brasil como um destino turístico caro. “A vantagem de sediar a Copa é atrair turistas e fidelizá-los. Com preços altos, isso não acontece”, afirma.
Segundo o presidente da estatal, o principal fator para o aumento dos preços foi o início das atividades da Match, operadora da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que está comercializando quartos de hotéis para os turistas que virão ao Brasil para assistir os jogos. A empresa contratou os quartos dos estabelecimentos e centraliza a oferta em um site.
De acordo com a Embratur, a Match está concentrando entre 19% e 45% da oferta de quartos, a depender da cidade. Se consideradas as acomodações de três, quatro e cinco estrelas, o percentual varia entre 60% e 70%.
“Eles estão numa posição de monopólio. A solução ideal seria um acordo para devolverem esses quartos para o mercado, porque isso ampliaria a oferta”, sustentou Dino.
Procurada por intermédio da assessoria da Fifa, a assessoria da Match informou por e-mail que responderá neste fim de semana.
Hoteleiros contestam
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Fermi Torquato, contestou os argumentos da Embratur e disse que não há preços abusivos. "Dizer isso, que vai subir preço, é coisa de quem não tem informação direito", afirmou Torquato.
Segundo ele, ao contrário do que diz a Embratur, a Match evitou que os preços fossem reajustados à revelia dos proprietários dos hotéis.
Torquato disse que a operadora da Fifa procurou os estabelecimentos em 2007, assim que as cidades-sede da Copa 2014 foram escolhidas e fechou um pré-contrato, tomando por base os preços praticados à época definindo quais seriam os percentuais de reajuste.
“Eles já fazem isso há oito Copas. Sabem como fazer para evitar essas exorbitâncias”, afirmou.

Torquato questiona também a metodologia utilizada nos levantamentos da Embratur. Ele disse que já teve problemas com outros levantamento da instituição e que falou sobre o assunto tanto com Flávio Dino quanto com o ministro do Turismo, Gastão Vieira, mas que não houve consenso.

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