MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 10 de novembro de 2013

Exposição ao som intenso provoca até 35% de perda auditiva

Fabiana Mascarenhas
A TARDE
  • Edilson Lima | Ag. A TARDE
    Mesmo com deficiência auditiva profunda, Valdijane Gomes (E) trabalha em dois lugares
Neste domingo, 10 de novembro, é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A Organização Mundial da Saúde estima que 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva incapacitante. Destes, cerca de 150 milhões são pessoas acima de 65 anos e 32 milhões são crianças e adolescentes com idade igual ou inferior a 15 anos.

No Brasil, estima-se que a dificuldade de ouvir afeta 9,7 milhões de pessoas. Em boa parte dos casos, a perda auditiva esta relacionada a fatores genéticos ou envelhecimento e a doenças infectocontagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola.

Mas há um outro fator que tem aumentado consideravelmente o número de casos de surdez: a exposição a sons de alta intensidade. Cerca de 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissional ou em lazer (como shows ou aparelhos eletrônicos).

"O som de alta intensidade lesa as células sensoriais auditivas e pode causar danos irreversíveis", afirma a médica otorrinolaringologista Clarice Saba.

Prevenção

O limite máximo permitido de exposição a sons é de 85 decibéis. A partir deste nível há risco de perda auditiva, que depende da intensidade do som (volume), tempo de exposição e sensibilidade individual.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia, o volume de aparelhos de som individuais (a exemplo dos tocadores de MP3) podem chegar a 100-110 decibéis. Alguns países limitam o volume máximo na fabricação destes aparelhos, como o Canadá. No Brasil ainda não há nenhuma restrição.

O alerta sobre a necessidade de prevenção não é à toa, afinal, conviver com a surdez não é nada fácil. A estudante de serviço social Valdejane Gomes, 28 anos, por exemplo, passou a ter perda auditiva profunda após ter contraído meningite, aos 16 anos.

Embora o problema tenha gerado um forte impacto em sua vida e de ter que combater diariamente o preconceito das pessoas, a surdez não fez com que ela desistisse dos seus objetivos.

Através da leitura labial e da língua de sinais (libras), aprendeu a escutar os pais, os amigos e os professores de outra forma. E, no auge da adolescência, teve que travar uma luta diária consigo mesma para mostrar que era capaz de se adaptar a sua nova realidade.

"As pessoas veem os deficientes auditivos como pessoas incapazes. Pensava sempre que querer é poder. E eu queria", diz. Ela quis e ela pôde. Hoje é técnica de enfermagem e está no 7º semestre do curso de serviço social.

Ela conta que trabalha em um posto de saúde em Pituaçu e no Hospital Santa Izabel como técnica de enfermagem e é estagiária da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia (Apada-BA).

"Trabalho, estudo, namoro e vivo a minha vida como qualquer outra pessoa. Não tive escolha porque adquiri uma doença, mas as pessoas têm, por isso, devem se prevenir", diz Valdejane.

Zumbido

Um outro problema que preocupa os profissionais de saúde é o zumbido, aquele barulho no ouvido que persegue o paciente 24h por dia.

Apesar de o problema ter a possibilidade de controle e até de cura, em boa parte dos casos, alguns médicos e a maioria da população desconhece essa  informação.

E é justamente para esclarecer dúvidas gratuitamente sobre o zumbido, que uma equipe multidisciplinar de especialistas no assunto estará até hoje em um estande no Salvador Shopping.

O grupo, coordenado pela médica otorrinolaringologista Clarice Saba, ficará durante todo o dia na entrada principal de pedestre, próxima à avenida Tancredo Neves.

A atividade comemora o Dia Nacional de Conscientização do Zumbido, que acontece em 11 de novembro.

Serviços

PAZ
Salvador conta com um ambulatório de zumbido gratuito. O Projeto Antizumbido (PAZ) funciona na Escola Bahiana de Medicina (Adab), na Av. Dom João VI,   275, Brotas
APADA-BA
A Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia oferece a crianças e jovens   acompanhamento psicossocial, psicopedagógico, encaminhamento fonoaudiológico e tem programa de inclusão no Mercado de Trabalho. Informações: 71  3334-1468

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