Líderes de 10 povos indígenas participaram de reunião com procuradores.
MPF diz que irá cobrar compromissos assumidos em audiências públicas.
Indigenas se reuniram com procuradores do MPF nesta quinta-feira (Foto: Juliet Matos / Arquivo Pessoal)
Representantes de 10 povos indígenas do Acre reuniram-se com dois procuradores do Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) nesta quinta-feira (7). Na ocasião, foi entregue uma carta com críticas à falta de diálogo dos governos estadual e federal com as comunidades indígenas e feitas reivindicações de melhorias nas áreas da educação, saúde, gestão territorial e produção sustentável.
No documento, líderes dos povos Huni Kuῖ (Kaxinawá), Ashaninka, Noke Kuῖ (Katukina), Manchineri, Shawãdawa, Shanenawa, Nukini, Puyanawa, Nawa afirmam que 'a pouca preocupação com a efetividade dos programas, demonstrada pela ausência de mecanismos participativos de monitoramento e avaliação das ações, seriam os motivos mais imediatos para origem de muitos problemas'.
A carta foi escrita durante o seminário 'Políticas Públicas e Povos Indígenas no Acre', realizado entre os dias 5 e 7 de novembro no Centro de Formação dos Povos da Floresta, em Rio Branco. Assinaram o documento representantes de 22 organizações comunitárias e de categorias profissionais indígenas.
De acordo com o MPF-AC, os temas discutidos na reunião são de conhecimento do órgão e já foram realizadas duas audiências públicas, nas áreas da saúde e educação indígena. Na área da gestão territorial e produção sustentável, segundo o MPF, ainda existe um procedimento para cada terra indígena que ainda está com a demarcação pendente.
O órgão ainda ressaltou que o movimento dos indígenas é uma forma de pressionar o poder executivo sobre as pendências e que durante a reunião foi explicado os procedimentos administrativos que existem, como ações civis públicas que já foram ajuizadas. O MPF diz que irá verificar a situação dos compromissos assumidos pelos representantes do poder público em encontros anteriores.
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