MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Cerca de 150 famílias sem terra acampam na sede do Incra no Piauí


Agricultores reivindicam posse de fazenda, onde vivem há mais de dois anos.
Instituto revela que estado tem mais de 500 assentamentos com problemas.

Catarina Costa Do G1 PI

Famílias do MST ocupam sede do Incra em Teresina (Foto: Catarina Costa/G1)Famílias do MST ocupam sede do Incra em Teresina (Foto: Catarina Costa/G1)
Cerca de 150 famílias do Movimento Sem Terra decidiram acampar nesta quarta-feira (6) dentro da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no bairro Piçarra, Zona Sul de Teresina. Para uma das representantes do MST, Teresinha de Jesus, os agricultores reivindicam a posse da Fazenda Santa Isabel, onde vivem há mais de dois anos.
"Ao todo são 250 famílias morando no acampamento que montamos na fazenda, localizada também na Zona Sul da capital. Hoje participamos de uma reunião com o superintendente do Incra, que ficou de avaliar a nossa situação, mas só vamos sair daqui após um resultado definitivo", informou a representante.
Iara Reis e filha de três meses são uma das famílias de agricultores acampadas no Incra Piauí (Foto: Catarina Costa/G1)Iara Reis e filha de três meses são uma das
famílias acampadas no Incra Piauí (Foto: Catarina
Costa/G1)
A agricultora Eugênia Maria da Conceição, 61 anos, lamenta a situação e diz ser difícil não ter um lugar para morar. "Vivemos sofrendo e esperando uma decisão dos órgãos responsavéis para conseguirmos um pedaço de terra para plantar e tirar a nossa renda. Este ano, por exemplo, ainda não chegamos a cultivar nada pois podemos ser retirados a qualquer momento de onde estamos", destacou.
Superintendente substituto do Incra Piauí explica problemas de assentamentos no estado (Foto: Catarina Costa/G1)Superintendente substituto do Incra Piauí explica
problemas de assentamentos no estado
(Foto: Catarina Costa/G1)
Outra que não se conforma com a situação dos sem terra é Iara dos Reis, 23 anos. Mãe de Nathália, de apenas três meses, ela comenta que com a falta de local fixo ao adoecer não se tem para onde ir.

O superintendente substituto do Incra, Marcos Reis Felinto, explicou que o problema da desapropriação na fazenda é antigo e o caso será analisado pela equipe do Instituto de Terras do Piauí (Interpi). "Em 2005, o instituto realizou um trabalho de desapropriação no local e a partir disso notamos que a área registrada era bem menor do que a existente. Na época, somente uma parte chegou a ser desapossada, mas o MST alega que ainda existem 286 hectares sobrando e que pertecem ao estado, podendo esta área ser distribuída entre eles", explicou.
Para Marcos Reis a solução apontada na reunião terá como base a análise da demarcação original da Fazenda Santa Isabel, existente no Arquivo Público e no cartório onde foi registrado o terreno. "A partir destes documentos saberemos se dentro do território há área não pertencente a ninguém, ao estado ou sobra de terras. Outros quatro assentamentos também reivindicados pelo movimento estão em fase de conclusão para desapropriação ainda este ano ou com processos em andamento", ressaltou.
Assentamentos
O representante do Incra revelou que no Piauí existem mais de 500 problemas de assentamentos, que ainda não foram resolvidos devido a falta de investimento e estrutura, além do baixo quadro funcional do Instituto.
"A demanda aumentou, mas nós não acompanhamos este crescimento. Precisamos de mais profissionais para acompanhar estes casos de perto. O exemplo desta demanda reprimida é que em todo o estado, temos somente 190 assentamentos acompanhados pelo Incra e sabemos o número poderia ser bem maior", disse.

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