Caminhada marca o dia mundial em memória às vítimas do trânsito

Até maio de 2012, foram mais de 5 mil vítimas no Pará. 440 foram fatais.
Caminhada partiu da Estação das Docas até a praça Batista Campos.

Do G1 PA

Passeata reuniu familiares de pessoas mortas em acidentes de trânsito. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Neste domingo (17), centenas de pessoas participaram da caminhada que lembrou as vítimas de acidentes de trânsito, em Belém, dentro da programação que nintegra a Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito, mobilização global criada com o intuito de unir esforços em todo o mundo para reverter os números crescentes de mortes no trânsito.
Sob o tema "Da lembrança global à ação global através da Década. Vamos ter vias que são seguras para todos. Vamos fazer 2011-2020 a Década para recordar”, a caminhada partiu da Estação das Docas, em direção à Praça Batista Campos, onde houve um culto ecumênico em homenagem às vítimas e seus familiares, além de programação cultural e estandes dos organismos parceiros.

Gracieli Lopes morreu aos 19 anos, após ser
atropelada. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Os dados mais recentes levantados pelo Detran mostram que no Pará, até maio de 2012, foram registrados 3.559 acidentes em Belém e 9.212 em todo o estado. O número de feridos no trânsito em Belém somam 1.322, sendo 22 vítimas fatais. Em todo o Pará, os casos de vítimas não fatais totalizam 5.009 e o de vítimas fatais 440.
Umas das vítimas foi Gracieli Lopes, morta em 2012, aos 19 anos. De acordo com a mãe da vítima, Deusa Lopes, ninguém foi preso. "As pessoas que viram não querem testemunhar. Então o rapaz que fez isso com a minha filha está solto, e pode fazer de novo", lamenta.
Deusa, que participou da caminhada levando consigo um banner com a imagem da filha, diz que a morte de Gracieli não foi acidental. "Ele [o motorista] passou por cima da perna dela e depois atropelou de novo. Minha filha foi esmagada. O carro é uma arma", desabafa.

Cartazes lembravam as centenas de vítimas da violência no trânsito. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

A coordenadora de educação do Detran, Alessandra Andrade, diz que o combate aos crimes de trânsito deve focar na educação. "è preciso que todos adotem um comportamento seguro no trânsito. A maioria dos índices de acidentes deriva da falta de educação, e uma das soluções discutidas é introduzir, no ensino básico, a educação no trânsito", diz.
A programação foi realizada junto com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belémx (Semob) e o Hospital Metropoliano de Urgência e Emergência, contando com a parceria institucional da Sesma, Sespa, IML, Sesan, Semma, Samu, Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal, além de entidades da sociedade civil, como o Clube dos Patinadores, Escoteiros, Ong Bicicletada, Aspamoto, Movida e Motoclube, entre outros.