MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Calouros doam cabelo e produzem diamante que vale R$ 16 mil


Mechas foram cedidas por 1,5 mil estudantes de vários estados.
Pedra preciosa é produzida em um laboratório da Espanha.

Erick Gimenes Do G1 PR, em Maringá
Diamante vale aproximadamente R$ 16 mil e foi doado à ONG de Maringá (Foto: Marista/Divulgação)Diamante vale aproximadamente R$ 16 mil e foi doado à ONG de Maringá (Foto: Marista/Divulgação)
Estudantes de uma rede de colégios de 17 municípios brasileiros usaram mechas de cabelos para produzir um diamante de 0,7 quilates e doá-lo para a ONG São Rafael, de Maringá, no norte do Paraná. Os fios foram cedidos por cerca de 1,5 mil alunos da instituição, todos aprovados em vestibulares do Paraná, Distrito Federal, Goiás, Santa Catarina e São Paulo, no fim de 2013. A cerimônia de entrega da pedra ocorreu na quinta-feira (31), no Colégio Marista de Maringá.
O diamante é produzido em um laboratório da Espanha, em um processo conhecido como High Pressure. Os cabelos são transformados em cristais, que, submetidos a uma grande pressão, viram diamante. A pedra doada à ONG vale, aproxidamente, R$ 16 mil, segundo a rede de colégios.
A escolha de presentear a São Rafael com a pedra foi feita pelos próprios estudantes, por meio de votação. Segundo o diretor do Marista em Maringá, Afonso Levis, a ONG tem valores muito parecidos com os ensinados no colégio.
"Queríamos ilustrar, por meio do simbolismo do diamante, que os alunos venceram na vida, na busca pelo próprio sonho. Fazer uma pedra dessas é sinal de garra, empenho, vitória: foi o que aconteceu com nosso alunos aprovados", diz o diretor.
Joia é produzida na Espanha, a partir de fios de cabelos transformados em cristais. (Foto: Arte/G1)Joia é produzida na Espanha, a partir de fios de cabelos transformados em cristais. (Foto: Arte/G1)
Levis conta que os alunos se surpreenderam com o resultado final. "Nós falamos para eles sobre o projeto e eles toparam, mesmo sem saber como seria o processo. Quando passaram no vestibular, cortaram o cabelo, como geralmente ocorre, mas trocaram os trotes pela solidariedade. Aos poucos, vamos mudando a cabeça deles, incentivando a ajuda aos que precisam".
Gabriel Bortoli Ramos é calouro de Medicina e, quando soube que passou no vestibular, aproveitou algumas mechas cortadas pelos amigos para ajudar na produção do diamante. "Achei uma boa, porque geralmente o cabelo dos aprovados fica no chão e vai para o lixo. É legal usar algo que, a princípio, não tem função para uma boa causa, para ajudar pessoas", elogia o estudante.
"Logo que a gente passou, tinha um carro em frente ao colégio. Eles recolhiam um pedacinho de cabelo de cada aluno que tinha passado. Na hora, ninguém entendeu nada. Nós não sabíamos do processo, mas confiamos e o resultado é muito interessante", diz a caloura de Engenharia Química Rafaela Abrão.
O estudante Gabriel Bortoli Ramos passou em Medicina e doou o cabelo para a ação. (Foto: Marista/Divulgação)O estudante Gabriel Bortoli Ramos passou em Medicina e doou o cabelo para a ação. (Foto: Marista/Divulgação)
ONG diz que vai estudar como aproveitar o presente
A ONG São Rafael, fundada em 2006 em Maringá, ainda vai estudar o que fazer com o diamante. A presidente organização, Mariane Arns, celebra a doação e diz que atitudes como a dos alunos do colégio mudam a vida de centenas de pessoas em situação social vulnerável.
"Nada se guarda, toda a energia tem que circular, sempre. Vamos sentar e programar o que fazer com a pedra. O valor econômico dela tem de ser multiplicado em valores humanos. É uma enorme alegria receber essa homenagem. Principalmente, porque foi escolha dos próprios alunos", afirma Mariane.
Segundo a presidente, mais de 4,5 mil pessoas, entre crianças, adolescentes e familiares deles, são atendidos pela instituição. "Ações como essas se propagam e estimulam outras pessoas a também ajudar. Um braço só tem alcance limitado. Quando vários braços se unem, o resultado é muito maior", exemplifica.

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