Thalita Lima
A TARDEEntre os 385 expositores, se apresentam editoras conhecidas e menos populares, universitárias, stands de revistas, de quadrinhos e uma área específica para as editoras baianas. O vazio dos corredores muitas vezes pode ser justificado pela concentração nos espaços dedicados aos debates e atividades interativas.
No dia da abertrura, sexta-feira, o ambiente que reuniu mais pessoas foi o Território Jovem, com a participação do poeta e cronista Fabrício Carpinejar, que deu conselhos amorosos para os presentes no bate-papo Borralheiros e Borralheiras: consultório sentimental.
Na plateia, estavam desde adolescentes até os que já possuíam cabelos grisalhos. Todos interessados em contar ou ouvir aflições amorosas. "Foi mágico porque todo mundo se abriu. A crônica tem esse poder coloquial de aproximar, entender, humanizar, ser sincero sem usar firulas ou meias palavras", disse Carpinejar.
Os conselhos eram dados com irreverência e sinceridade pelo poeta. "Não é porque você não esquece que é amor. É vingança. O orgulho é uma espécie de amor de camelô, é amor fake. É só orgulho ferido", respondeu a uma das perguntas.
O estudante Alexandre Silva, que participou do bate-papo e passeava entre os expositores, disse que "a palestra expressa o que o homem sente e não tem coragem de dizer". E acrescentou que quer voltar para assistir ao Café Literário com João Ubaldo, que acontecerá na Gala de Encerramento do espaço, dia 17.
Esse mesmo espaço recebeu, em sua estreia, o poeta e músico José Carlos Capinam e o poeta e antropólogo Antônio Risério, que debateram sobre a influência da cultura baiana na cultura brasileira, com destaque para as ideias do político baiano Edgard Santos e para as experiências vividas na Ufba dos anos 60.
Na Praça de Poesia e Cordel, pode-se contemplar a simplicidade e as rimas da cultura nordestina. Os poetas Alberto Lima e Pilô Pires declamavam seus cordéis de versos populares acompanhados do som da flauta. Os cordéis tratam das labutas nordestinas, fazem críticas sociais e podem ser comprados por R$ 2.
Alberto Lima lembra que também é possível encontrar cordelistas nos ônibus vendendo suas poesias. "A pessoa dá mais valor quando você diz que foi você que escreveu", afirma.
A literatura se mistura com música e teatro no espaço Baú de Histórias, onde a criançada dos grupos escolares se senta no chão para ouvir a narração das histórias infantis, com duração de 30 minutos cada.
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