Victor Silva, 9 anos, foi submetido a duas cirurgias, há um ano, em Goiânia.
Ele retirou quatro dedos excedentes dos pés e agora pode calçar chuteiras.
Após retirar 4 dedos do pé, Victor pode jogar bola sem problemas (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Quem vê o estudante Victor Soares Silva, de 9 anos, calçando um par de
chuteiras não imagina o quanto esse simples gesto representa para ele. O
garoto, que mora em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de
Goiânia, nasceu com polidactlia - alteração genética que causa aumento
na quantidade de dedos. Fã de futebol, ele só podia usar sandálias, pois
tinha 26 dedos, sendo 12 nas mãos e 14 nos pés. Um ano após a primeira
cirurgia para corrigir o problema, o menino comemora o fato de que agora
pode jogar bola na linha e não somente no gol, como era obrigado a
fazer antes de ser operado. "Ficava só olhando meus amigos brincar.
Goleiro não participa muito. Hoje sou zagueiro e jogo na linha. Goleiro
nunca mais", afirma.Em cada uma das operações, foram necessários três meses de recuperação. Como ele não podia ir à escola, acabou reprovando e está repetindo o 3º ano do ensino fundamental. Mas isso não abala o menino, que já escolheu a profissão que pretende seguir quando crescer. "Quero ser doutor, médico. Assim, posso ajudar as pessoas", revela Victor. Além do futebol que joga na porta de casa com os amigos, ele também adora andar de bicicleta e sonha em ter um vídeogame.
Victor calça as chuteiras com facilidade
(Foto: Sílvio Túlio/G1)
O menino e a bisavó vivem com um salário mínimo que a idosa recebe como
aposentadoria. Mesmo com pouco dinheiro, ela diz que faz alguns agrados
para o bisneto que antes não conseguia. "Hoje, posso levá-lo na loja de
calçados e comprar outro calçado que não seja sandália. Antes, ele
ficava chorando porque não dava para levar um tênis ou chuteira",
pontua.(Foto: Sílvio Túlio/G1)
Agora, com o problema do excesso de dedos nos pés resolvido, a bisavó de Victor tenta buscar uma solução para a dificuldade de crescimento dele. Apesar de ter 9 anos, o garoto é bem menor que os outros garotos sua idade.
Francisca Rosa diz que não tem dinheiro para arcar com um tratamento e pede ajuda. "Gostaria que alguém pudesse ajudar. Ele tem essa dificuldade para crescer, mas já fui a alguns hospitais e não cheguei a descobrir qual é realmente o problema", lamenta.
O próprio Victor não gosta da altura que tem. "É ruim ser baixinho. Quando as coisas estão um pouco altas, todo mundo alcança, menos eu", diz.
Menino é criado pela bisavó desde que tinha um mês de vida (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Victor é torcedor do Corinthians e o grande ídolo dele no time já parou
de jogar. "Sou fã do Ronaldo. Ele é gordinho igual eu, mas é muito bom
de bola. O importante é fazer gol", brinca.Além do futebol, o que Victor também adora é frequentar, todos os domingos, os cultos de uma igreja evangélica perto de sua casa. "Rezo todas as noites para que Deus me proteja, proteja minha bisavó e minha família", conta.
Dona Francisca disse que o bisneto adquiriu o hábito sozinho e vai ao encontro religioso com os vizinhos. "Ele é um garoto muito bom, não dá trabalho nenhum. Todos gostam dele aqui", afirma.
Antes da operação, Vitor tinha 26 dedos; hoje ele tem 22 dedos (Foto: Humberta Carvalho/G1)
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