Trecho de Santo Antônio ao Cemitério da Candelária será 1° a ser recuperado.
Quem mora próximo ao trilho aprova projeto mas se diz preocupado com obra.
Trecho
entre a Capela de Santo Antônio e o Complexo da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, em Porto Velho deverá ser reativado no final de 2014
(Foto: Jenifer Zambiazzi/G1)
Diversas obras estão sendo realizadas atualmente com intuito de preservar a história de Porto Velho
e uma delas será a reativação de um trecho da linha férrea da Estrada
de Ferro de Madeira-Mamoré (EFMM). Segundo o coordenador de
sustentabilidade da concessionária Santo Antônio Energia (SAE),
Alexandre Queiroz, a parte avaliada para religação dos trilhos será
entre a Capela de Santo Antônio até o galpão no Complexo da EFMM, na
capital.O projeto será dividido em duas fases, já que em um dos momentos da revitalização da linha sofrerá um impasse com as famílias que residem muito próximas aos trilhos. A situação divide opinião entre os moradores sobre a efetivação da obra na linha férrea.
A aposentada Antônia Lopes conversou com o G1 e disse que aprova a ideia da reativação dos trilhos e entende que está morando em uma área de perigo. “Eu sei que eu moro num lugar considerado de risco, mas é o único que eu tenho. Aqui [Triângulo] é um bairro muito tranquilo e sem violência, além de vista que eu tenho”, explica.
A aposentada Antônia Lopes aprova o projeto de
religação da linha férrea (Foto: Halex Frederic/G1)
Se for necessária a retirada, Antônia conta que prefere sair do local e
ir morar na outra margem do rio. “Se for o caso de eu ter que sair,
quero receber minha indenização e construir uma casinha lá do outro lado
do rio, porque eu acho lindo e já estou acostumada com a visão que eu
tenho da paisagem toda manhã e fim de tarde”, conta.religação da linha férrea (Foto: Halex Frederic/G1)
Ao lembrar a época que a linha férrea funcionava, a aposentada se emociona comentando sobre os inúmeros passeios ferroviários que teve. “Quando o trem passava, eu achava lindo. Todo mundo se animava quando ouvia o apito da locomotiva e eu já perdi as contas de quantas vezes que eu andei de trem. Era um tempo muito bom e, se reativar [linha férrea], com certeza eu vou voltar a andar de novo”, lembra.
Se reativar [linha férrea], com certeza eu vou voltar a andar de novo"
Antônia Lopes, aposentada
Sobre a reativação dos trilhos, a auxiliar de serviços gerais comenta que acha muito bom para as pessoas que terão mais uma opção de lazer, entretanto, ela se sente preocupada com o futuro da sua moradia. "Acho válido a religação da linha, mas tem que ver o lado dos moradores também. Tem muita gente que está acostumada com a vida aqui e não vai querer ser retirada", conta.
Projeto
Giovani Barcelos, arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), explicou que o projeto de reativação física da linha férrea será feita em duas fases: a primeira contemplará o trecho de trilhos entre a Capela de Santo Antônio e o Cemitério da Candelária com a previsão do funcionamento da linha em outubro de 2014.
Já a segunda fase do projeto recuperará o trecho do cemitério até o complexo da EFMM. O arquiteto avaliou a última fase do plano como ‘a mais complicada’, já que muitos moradores, como a aposentada Antônia, residem muito próximos à linha do trem. “Quem ficará responsável pela retirada das pessoas será a prefeitura, que está analisando a melhor forma de relocar as famílias”, explica.
Para garantir o passeio turístico para a população da capital e para os turistas, paralelamente, Queiroz afirma que uma locomotiva e mais três vagões serão recuperados para poder realizar a viagem do Complexo da EFMM à Igrejinha de Santo Antônio, com uma parada no Cemitério da Candelária.
Plano de retirada
As Secretarias Municipal de Planejamento (Sempla) e de Regularização Fundiária e Habitação (Semur) serão responsáveis para elaborar um plano de retiradas das famílias que moram próximas à linha férrea. O G1 conversou com Jorge Elarrat, titular da Sempla, que afirmou haver um projeto executivo indicando que o a obra de reativação dos trilhos tem prazo para comerçar em até fevereiro de 2014.
"Queremos concluir a obra no dia 2 de outubro de 2014, quando Porto Velho vai comemorar o seu centenário", explica o secretário, que ressalta que a retirada dos moradores ao longo dos trilhos devem acontecer até fevereiro de 2014.
No entanto, o secretário da Semur, Christian Camurça, afirmou que nada está definido com relação aos moradores no local. O titular da secretaria informou que, primeiramente, será feito o cadastramento das famílias junto ao Iphan e após será definido o perímetro seguro para moradia próximo ao trilho.
Casas
construídas próximas aos trilhos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em
Porto Velho, deverão ser retiradas (Foto: Halex Frederic/G1)
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