MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Trabalhadores do setor aéreo farão paralisação em Congonhas nesta quinta


Aeronautas e aeroviários vão interromper as atividades a partir das 5 horas desta quinta para protestar contra a demissão de 811 pilotos e comissários da TAM


Carla Araújo, da Agência Estado

SÃO PAULO - Os Sindicatos dos Aeronautas e dos Aeroviários de São Paulo estão programando uma paralisação das atividades nesta quinta-feira, 8, por conta de demissões anunciadas no início do mês pela TAM. A expectativa das entidades é interromper as atividades no Aeroporto de Congonhas a partir das 5 horas da manhã. O ato tem como objetivo pedir a suspensão das demissões.
No último dia 1º, a TAM anunciou a abertura de um programa de demissão voluntária (PDV) e um plano de licenças não remuneradas para cortar do seu quadro de funcionários 811 pilotos e comissários da companhia.
De acordo com João Pedro Passos de Sousa Leite, presidente do Sindicato dos Aeronautas de São Paulo, mesmo após a reunião com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, que aconteceu ontem, não houve nenhuma sinalização por parte da empresa de que pretende interromper o PDV.
"Do nosso ponto de vista, esse é apenas o primeiro estágio das demissões", afirmou, ressaltando que a categoria não consegue encontrar justificativas que expliquem a decisão. "É muito estranho a companhia querer perder espaço para a concorrência justamente às vésperas da Copa do Mundo. É algo muito estranho. Para nós essa equação não fecha."
Segundo Leite, o ministro se comprometeu a fazer o que fosse possível para preservar os postos de trabalho. "Mas como ainda não tivemos nenhuma sinalização, o ato de amanhã está mantido", afirmou. Ele destacou que a paralisação é um alerta para a empresa. "Não vamos aceitar as demissões 'goela abaixo', porque entendemos que elas são desnecessárias", disse.
O sindicalista cobrou ainda uma explicação pública da companhia em relação ao seu plano de reestruturação. "A empresa é uma concessionária de serviço público, nada mais correto do que apresentar seu plano para os trabalhadores e para o governo", opinou.
De acordo com Reginaldo Alves de Sousa, presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, apesar da categoria ainda não ter sido atingida diretamente pelo PDV, os trabalhadores estarão mobilizados, pois por fazerem parte da cadeia "certamente serão afetados".
"Quando se fala em redução de escala, entrega de equipamentos, de assentos, isso mexe também com aeroviários, que são os trabalhadores que atuam no solo para possibilitar o trabalho do pessoal de voo (aeronautas)", afirma.
Sousa destaca que a categoria costuma ser afetada em grande escala. "Quando você fala em demissão de aeronautas pode multiplicar por cinco o número de dispensas de aeroviários", estima, o sindicalista que representa 40 mil aeroviários do Estado.
O ato de amanhã deve ter a duração de pelo menos três horas. "Na aviação, poucas horas de paralisação já geram um transtorno muito grande", diz Leite, reforçando que a manifestação deve contar com a presença de outras categorias ligadas à Força Sindical, como metalúrgicos e químicos. "Espero algo em torno de mil pessoas", diz.
Sousa é mais otimista e acredita que somente de aeroviários o sindicato vai conseguir mobilizar de "duas a três mil pessoas". "Estamos programando o ponto de partida do ato no portão C, no saguão, e pretendemos seguir até o marco onde aconteceu o acidente da TAM", afirmou.
Procurada, a TAM informou que em assembleia realizada nesta tarde seus aeronautas aprovaram o PDV acordado entre a companhia e o Sindicato Nacional dos Aeronautas. O prazo para a adesão ao programa será de 8 a 16 de agosto. Apesar do acordo, a paralisção organizada pelo sindicato estadual para esta quinta-feira está mantida.
A TAM ressalta que a sua decisão "visa a garantir a sustentabilidade do negócio da empresa, adequando o quadro funcional à realidade operacional já em vigor". "A companhia convive com alta significativa dos custos, o que a levou a reduzir a oferta, no acumulado de 2011 até agora, em 12% no mercado doméstico", afirma em nota.

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