De 11 escolas públicas visitadas, nenhuma contava com policiamento.
Brigada Militar afirma não ter patrulhamento específico para os locais.
Escolas públicas do RS sofrem com atos de vandalismo (Foto: Reprodução/ RBS TV)
Na última segunda-feira (12), a Escola Municipal La Hire Guerra, em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, foi incendiada durante a madrugada. Salas de aulas e materiais ficaram totalmente consumidos pelas chamas. Sem aula durante toda a semana passada, a prefeitura precisará gastar pelo menos R$ 700 mil para a reforma, e os alunos foram realocados para outras salas. A polícia trabalha com a suspeita de que quatro menores sejam os autores do crime.
Já na capital, o portão principal da escola Alberto Bins está pichado, os vidros das salas de aula estão quebrados e até mesmo o arame farpado, que deveria proteger a escola, não resistiu ao tempo e aos atos de vandalismo. À noite, um cadeado faz a segurança dos portões da escola, mas nem o muro é problema para vândalos e ladrões, que já entraram inúmeras vezes no prédio.
Vidros quebrados e paredes pichadas em escolas públicas de Porto Alegre (Foto: Reprodução/ RBS TV)
“Eu acredito que, no mínimo umas 10 vezes. Levaram botijões de gás pelo
muro, levaram geladeira pelo muro, levaram muita coisa, tudo o que a
gente tem de valor, a não ser o que eu consegui trancar dentro da
secretaria, que é o local mais seguro que a gente tem”, explica a
diretora da escola, Katia Saldanha.Outro colégio, o Rubem Berta, que fica no bairro Vila Jardim, na Zona Norte da cidade está em uma situação parecida: há pouca iluminação e, na rua, nada de policiamento. A segurança no colégio Dom João Becker, no bairro Passo D’Areia, não é muito melhor e um cartaz no local chama a atenção. Segundo o aviso, as aulas foram suspensas pela grande quantidade de pombos.
O aumento da segurança já foi uma exigência no colégio Júlio de Castilhos, no bairro Santana. Mesmo assim, grades altas e cadeado não evitaram as pichações e os vidros quebrados.
Para algumas escolas, portões fechados não são suficientes para conter a insegurança e os atos de vandalismo. Por isso, a escola de ensino médio Padre Reus investiu em câmeras de monitoramento.
De 11 escolas públicas visitadas em Porto Alegre, nenhuma contava com policiamento. Conforme o coronel João Diniz Godoi, comandante da Brigada Militar, a prioridade do patrulhamento é o dia. À noite, o atendimento é feito a partir de chamados.
Escolas são saqueadas durante a noite em Porto
Alegre (Foto: Reprodução/ RBS TV)
“Não temos um patrulhamento específico para o segmento escolar. Nós
temos o telefone de emergência, o 190, e, a partir de uma chamada em um
estabelecimento de ensino, deslocamos um efetivo para o atendimento
desta ocorrência”, explica Godoi.Alegre (Foto: Reprodução/ RBS TV)
A segurança das 11 escolas está por conta de muros e cercas, o que não parece ser suficiente para evitar roubos e depredações. "Nos sentimos inseguros, a gente se sente a mercê de qualquer coisa que possa acontecer. Ao mesmo tempo, a gente confia que as coisas não vão acontecer por conta do relacionamento que se tem com a comunidade. Eu acho que isso ainda é o que garante algumas coisas aqui”, afirma a diretora Katia.
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