MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Protesto anti-Alckmin acaba em tumulto em São Paulo


Movimentos reúnem 1,5 mil pessoas, segundo a PM; Câmara é invadida e, na Assembleia, houve confronto entre manifestantes e o Choque


O Estado de S. Paulo
Um ato convocado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, com apoio do Movimento Passe Livre (MPL), para protestar contra o suposto cartel em licitações do Metrô e da CPTM se tornou ontem uma manifestação contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O protesto terminou no início da noite em confronto e invasão da Câmara por um grupo de anarquistas e estudantes. Também houve tumulto na Assembleia Legislativa, com atuação da Tropa de Choque da Polícia contra manifestantes.

Manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal de São Paulo durante protesto - Daniel Teixeira/AE
Daniel Teixeira/AE
Manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal de São Paulo durante protesto
Cerca de 1,5 mil pessoas participaram do ato organizado pelo Sindicato dos Metroviários no centro, segundo a PM– eram 2,5 mil na versão dos organizadores. Apesar de os metroviários sustentarem que o protesto não era contra o PSDB ou o governador, o coro “Fora, Alckmin” dominou o evento.
A PM confirmou à noite que três pessoas foram presas – “por danos ao patrimônio, desacato, apologia ao crime e porte de entorpecente” – e cinco policiais ficaram feridos. A polícia não informou o número de manifestantes feridos. Na Assembleia, três pessoas foram atendidas no ambulatório, com ferimentos. Os feridos prometem fazer hoje boletim de ocorrência na delegacia de polícia da Casa. O ato na Assembleia for organizado pela CUT, PT e movimentos populares que pediam o impeachment do governador Alckmin.
Já o ato organizado pelos metroviários começou às 15h no Vale do Anhangabaú. Seguiu até a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos. Em frente ao prédio, um grupo pôs fogo numa catraca e num boneco que representava um empresário do transporte. Os manifestantes tentaram entregar uma carta ao secretário Jurandir Fernandes, mas foram recebidos pelo chefe de gabinete. A carta pede o fim da corrupção, a devolução do dinheiro desviado e a prisão dos envolvidos no suposto cartel.
Invasão. Ao final do ato, encerrado na Praça da Sé, cerca de 400 manifestantes seguiram para a Câmara. Alguns jogaram pedras e bombas no prédio, estilhaçando vidros e ferindo alguns policiais. À frente do grupo, anarquistas forçaram a entrada, atirando objetos e forçando as grades. A PM reforçou a segurança e utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Manifestantes quebraram lixeiras públicas e puseram fogo em sacos de lixo. A Tropa de Choque foi acionada.
Aproximadamente 40 manifestantes ocuparam a Casa, por volta das 19h. Havia poucos policiais à frente do prédio. Parte do grupo foi autorizado a entrar e outros invadiram. Os manifestantes apresentaram pautas variadas como o passe livre para estudantes, acesso a documentos da CPI dos Transportes e a estatização do setor. Eles bateram boca com o presidente da casa, José Américo (PT).
O vereador definiu como um “cavalo de pau político-ideológico” o fato de um ato contra um esquema no Metrô chegar à Câmara. José Américo se comprometeu a fazer uma audiência pública na próxima quinta-feira.
Outros focos. A Polícia Militar informou que, após a confusão em frente à Câmara, grupos menores saíram pela cidade. Um deles, segundo a PM, quebrou os vidros de uma agência bancária na Avenida Liberdade. Houve um protesto à noite em frente ao Masp, sem tumultos.
A manifestação no centro da capital contra o governador foi puxada por organizações de esquerda que se juntaram ao ato, como as juventudes do PSTU e PSOL e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Elas levaram faixas contra o tucano. “Por 20 centavos derrubamos a tarifa. Por R$ 425 milhões derrubaremos o Alckmin”, dizia uma bandeira. O valor é referência a uma das estimativas do sobrepreço oriundo da suposta formação de cartel denunciado pela empresa alemã Siemens.
Interpretações. “Combinamos de fazer uma luta contra a máfia dos transportes. As pessoas é que entenderam que o governador é uma das principais figuras desse processo. Acho que isso é correto, mas não é só ele”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres. O MPL afirmou que o “Fora, Alckmin” não é sua pauta. “Não adianta cair o governador. Isso não vai mudar a lógica do sistema dos transportes que privilegia o lucro dos empresários e não as necessidades dos usuários”, disse Nina Cappello, representante do movimento. Os petistas que pretendiam usar o protesto para desgastar Alckmin não compareceram. / ARTUR RODRIGUES, DIEGO ZANCHETTA, FERNANDO GALLO, ISADORA PERON e PEDRO VENCESLAU

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