Cerca de 300 pessoas participaram da carreata, que saiu do Geraldão.
Pagamentos e novas contas foram impedidos em junho pela Justiça.
Protesto de divulgadores da Telexfree complicou trânsito na Mascarenhas de Moraes (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Pedindo a suspensão da liminar concedida pela Justiça do Acre em junho
deste ano que impede as atividades da Ympactus Comercial Ltda. ME,
conhecida pelo nome fantasia Telexfree, e a regulamentação do 'marketing
multinivel', divulgadores promoveram uma carreata, na Zona Sul do
Recife, no começo da tarde desta segunda-feira (5), complicando o
trânsito na Avenida Mascarenha de Morais. A empresa é suspeita de prática de pirâmide financeira,
com "investimentos" estimulados por meio de um sistema chamado de
"marketing multinível", sendo investigada em ao menos sete estados.A carreta saiu por volta das 14h40, deixando apenas uma das quatro faixas da avenida liberadas para o trânsito de veículos. Motos e carros seguiram buzinando, com cartazes do lado de fora, gritando palavras de ordem, como 'pelo direito do marketing multinível' e 'libera a Telexfree'. De acordo com os organizadores, o ato se repete em outras cidades do Brasil. Na altura do Viaduto Tancredo Neves, que liga a Avenida Recife ao bairro de Boa Viagem, o grupo fez uma parada por cerca de dez minutos, complicado ainda mais o trânsito. Ao todo, a manifestação durou três horas e vinte minutos.
Vladimir Cabral é divulgador da Telexfree em PE e se queixa
de estar sem trabalhar há um mês
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
A concentração começou ao meio-dia, em frente ao Ginásio de Esportes
Geraldo Magalhães, o Geraldão, na Avenida Mascarenha de Morais. Com
cartazes e faixas, o grupo pedia o desbloqueio das contas da empresa.
"Estamos há mais de um mês sem poder trabalhar e, até hoje, não foi
provado nada, apenas há indícios. Nós estamos deixando de trabalhar, tem
muitos pais de família aqui. O que fazemos é um marketing diferente
daquele tradicional, mas é trabalho também. Tem gente que viaja, deixa
família", afirma o divulgador Vlademir Cabral.de estar sem trabalhar há um mês
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Segundo as investigações, a Telexfree teria montado um esquema de pirâmide, em que cada novo membro compra um "pacote" que remunera os membros acima na cadeia. Esse novo membro, por sua vez, ganha dinheiro recrutando outras pessoas para o sistema. Na última quarta-feira (31), a ação principal movida na Justiça do Acre passou a correr em segredo de Justiça após decisão do desembargador Samoel Evangelista.
"Aqui não é Egito para ter pirâmide! Fica, Telexfree", diz um
dos cartazes dos manifestantes
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Estando há pouco mais de um ano como divulgador da Telexfree, Givanildo
Alves diz não acreditar em esquema de pirâmide. "Eu trabalho comprando
pacotes VoIP e revendendo. Eles [Ministério Público do Acre] disseram
que uma hora a empresa vai cair, vai quebrar. Eu acredito que a empresa
exista a longo prazo, ela é auto-sustentável. Durante todo esse período,
não foi provado nada", reitera Alves.dos cartazes dos manifestantes
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Tendo investido cerca de R$ 3 mil há um ano, Vlademir Cabral alega ter cerca de R$ 100 mil a receber da empresa. "O Ministério Público diz ser a favor das pessoas, mas ninguém nunca veio me perguntar se eu estava satisfeito. Eu estou satisfeito, nunca deixei de receber, só depois da liminar é que não estou recebendo", aponta o divulgador.
Apesar de ter como foco principal o pedido de suspensão da liminar, o grupo defende ainda a regulamentação do chamado marketing multinível, incluindo assim também outras empresas investigadas com suspeita de pirâmide financeira. "O que nós fazemos é marketing, mas um marketing diferente. É um trabalho como qualquer outro, nós acreditamos que podemos ganhar mais dinheiro assim e investimos nisso", defende Cabral.
Concentração foi na frente do ginásio Geraldão, na Imbiribeira (Foto: Katherine Coutinho / G1)
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