Ao menos 11 terras indígenas são consideradas críticas pelo Ibama.
Mais de 150 brigadistas atuam no combate ao fogo no estado.
Ao menos 11 terras indígenas do estado estão em estado crítico (Foto: Assessoria/Ibama-MT)
As queimadas em Mato Grosso
têm consumido diversas áreas indígenas e de conservação, principalmente
após deflagrado o período que compreende o proibitivo de fogo. Segundo
monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 1.491
focos de incêndio foram registrados em terras indígenas no país, sendo
que mais da metade está concentrado no estado: 787. Os dados se referem
ao período entre 15 de julho e 19 de agosto, ficando empatados no
segundo lugar no ranking os estados de Tocantins e Maranhão com 245
focos cada um."A situação está tensa com as chamas se alastrando devido à área seca e ainda por conta de ações criminosas nas áreas, principalmente em Marãiwatsédé”, destacou Nicélio Silva, que atua na coordenação do Ibama. A área foi alvo de conflito agrário entre a União e posseiros, que questionavam a ocupação tradicional indígena ao longo de 20 anos. Já na Paresi, que compreende 1 milhão de hectares, a estimativa é de que as chamas já consumiram mais de 60 hectares, no total.
Indígenas das etnias Bakairi, Paresi e Wawi são capacitados para combate. (Foto: Sandro Vieira/Prevfogo/MT)
O controle do fogo é realizado pelo Centro Especializado de Prevenção e
Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo), órgão que reúne diversas
entidades com o objetivo de combater as queimadas no estado, e que conta
com cinco brigadas, sendo três delas indígenas. São 61 índios treinados
e que combatem os focos de calor ao longo do período crítico de
incêndio. Eles são das etnias Bakairi, localizada na região de Paranatinga, a 411 km de Cuiabá; Wawi, provenientes da região de Querência , a 912 km, perto do Parque do Xingu; além de um grupo Paresi.Eles estão aliados aos outros brigadistas não índios espalhados pelo estado, somando 157 homens atuando nas brigadas. Até o ano passado, o Ibama designava as brigadas para atender áreas no entorno de municípios com alta ocorrência de focos de calor.
Contudo, lei complementar de 2011 fez com que o trabalho, a partir deste ano, os demais entes federados recebam atribuição por essas regiões, deixando para as brigadas do Prevfogo o foco em áreas de responsabilidade federal, como terras indígenas, projetos de assentamento e unidades de conservação do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
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