MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Metrô de Atenas revela ruínas arqueológicas, túmulos e esculturas


Passageiros podem admirar preciosidades históricas nas estações.
Mais de 50 mil objetos antigos foram encontrados em escavações.

Da EFE

passageira passa por ruínas em uma das estações de metrô de Atenas (Foto: Aris Messinis/AFP)passageira passa por ruínas em uma das estações de metrô de Atenas (Foto: Aris Messinis/AFP)
Viajar de metrô por Atenas é como entrar no túnel do tempo: cada estação oferece uma nova surpresa arqueológica que o passageiro deve descobrir por si mesmo, porque não há visitas guiadas.
A rede de metrô de Atenas - três linhas, das quais duas são novas e foram concluídas em 2000 por conta dos Jogos Olímpicos - é jovem, mas não é isso que é possível admirar em suas entranhas.
Passageiros circulam em estação de metrô em Atenas (Foto: Aris Messinis/AFP)Passageiros circulam em estação de metrô
em Atenas (Foto: Aris Messinis/AFP)
Nos 57,7 quilômetros de percurso das duas linhas mais modernas, foram escavados 79 mil metros quadrados com fins arqueológicos e foram encontrados 50 mil objetos das mais variadas eras da história.
Após efetuar as perfurações em diferentes camadas do subsolo, foram encontradas joias de várias épocas, do neolítico à época pós-bizantina.
O principal desafio foi avançar nas obras sem destruir as jazidas arqueológicas. Cada vez que era encontrado ou havia a possibilidade de ter algo de valor arqueológico, as obras eram paradas para dar passagem às tarefas dos arqueólogos.
Para isso, foram utilizadas perfuradoras especiais, tudo com a presença permanente de equipes arqueológicas do Ministério da Cultura, explicou o presidente da companhia do metrô de Atenas (Stasy), Nikos Papazanasis.
Esculturas clássicas
No total, das 40 estações da rede, 20 passaram por prospecções arqueológicas, das quais seis - praticamente todas em Atenas - mostram achados interessantes: Syntagma, Keramikos, Monastiraki, Acrópole, Panepistimiou e Evangelismos.
A praça de Syntagma é o coração emblemático de Atenas e nestes tempos de crise, ponto de concentração das manifestações contra as políticas de austeridade.
Nesta estação de metrô que passa por baixo do Parlamento, é possível ver uma ampla coleção de esculturas clássicas e até os restos de um cemitério utilizado tanto na época micênica como na bizantina. Além disso, é possível avistar um esqueleto.
Uma das estações mais interessantes é a de Monastiraki, o bairro popular que abriga várias tavernas.
Nesta estação, no leito do rio Iridanos, que nascia no Monte Likavitos e desembocava no rio Ilissos, as escavações deixaram descoberto um sistema de abastecimento de água e de irrigação, com restos de escritórios, casas e túmulos que nos fazem voltar ao século VIII a.C.
Em outra estação central, a de Evangelismos, debaixo da avenida Vasilisis Sofias - nome em honra da avó paterna da rainha da Espanha -, é possível admirar os restos de um antigo cemitério com seu correspondente muro e, além disso, os vestígios de uma via e um aqueduto.
Limpeza
Além dos tesouros arqueológicos, o metrô de Atenas exibe em quase todas as estações obras de artistas contemporâneos gregos.
Papazanasis explica que muitas destas obras guardam algum tipo de relação com a temática do metrô ou do viajante, como um gigantesco relógio pendurado sobre o grande vestíbulo da estação de Syntagma ou os assentos em forma humana das plataformas da estação de Larisa.
Uma das coisas que mais surpreendem do metrô de Atenas é sua absoluta limpeza: nenhum papel no chão e paredes limpas, tudo isso em uma cidade cuja sujeira às vezes parece infernal.
"Como íamos permitir que houvesse sujeira estando rodeados de tantas joias?", é a explicação de Papazanasis. "A empresa não poupou meios para manter as estações permanentemente limpas", acrescenta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário