Secretaria nega que haja idosos em hospitais por falta de vagas em abrigos.
Promotoria do Idoso alerta que hospitais têm obrigação de informar MP.
O Hospital Estadual Eduardo Rabello, em Senador Vasconcelos, na Zona Oeste, referência no tratamento de pacientes na terceira idade, tem 15 pacientes nessa situação, cinco não tem família e 10 foram abandonados.
"Tem casos que a família interna o paciente, a pessoa fica no hospital, é tratado, recebe alta, mas a família simplesmente não vem mais, some. E telefones e endereços que não correspondem à realidade", explicou Edson Mendes Nunes, diretor-geral do hospital.
Segundo o diretor, há um risco em manter idosos por muito tempo em um ambiente hospitalar. "É a depressão, pode ter infecções urinárias, pode ter escárias, que são as feridas na perna", acrescentou.
Pelo Estatuto do Idoso, quem abandona o parente pode responder pelo ato judicialmente. O crime tem pena de três anos de detenção e multa. Além de apurar essas responsabilidades, o Ministério Público que atua no hospital precisa encontrar abrigos com vagas e acompanhamento adequado para os idosos.
"O paciente às vezes tem uma psicopatia, uma esquizofrenia, e a gente além de não conseguir vaga em um abrigo, precisa ser um local que tem um apoio de um psiquiatra. E aí é mais difícil ainda", concluiu Nunes.
A promotora Daniela Santos, da Promotoria do Idoso, alerta que todos os hospitais têm a obrigação de informar o Ministério Público sobre casos de idosos abandonados.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social afirmou desconhecer que haja idosos em hospitais por falta de vagas em abrigos. Segundo a secretaria, os sete abrigos públicos para idosos estão todos ocupados, mas nos seis particulares, que também atendem, ainda há dezesseis vagas livres, dentre as 168 oferecidas.
A secretaria disse ainda que a prefeitura tenta fazer a reinserção social desses pacientes abandonados e que conta com um programa de atendimento domiciliar para pessoas acima de 70 anos.
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