Tragédia de Santa Maria completa sete meses na terça-feira (27).
Grupo de 40 pessoas irá de São Gabriel até a cidade a cavalo.
Octacílio (foto) e o primo Heitor morreram na
tragédia e serão homenageados por amigos
(Foto: Arquivo Pessoal/G1)
O grupo será formado por 40 cavalarianos, entre amigos e conhecidos de
Octacílio e Heitor Gonçalves, primos que morreram no incêndio na casa
noturna. A chegada dos cavalarianos faz parte da programação da
Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa
Maria (AVTSM) que marcará a data.tragédia e serão homenageados por amigos
(Foto: Arquivo Pessoal/G1)
“Queremos dar apoio às famílias que perderam parentes. Mostrar que não são só eles que sofrem, eles não estão sozinhos”, explicou ao G1 João Bento Pereira, amigo dos primos Octacílio e Heitor. Quatro sobreviventes também participarão da cavalgada.
Durante o trajeto de 140 km, o grupo fará paradas estratégicas. Uma delas será na estância de Hugo Gonçalves, pai de um dos mortos na casa noturna. A ideia é cavalgar 30 km por dia, contando com uma estrutura de apoio. A expectativa é chegar a Santa Maria na segunda-feira (26) e dormir na Estância do Minuano. No dia seguinte, pais de vítimas se reunirão aos cavaleiros e juntos passarão pelas principais ruas da cidade em protesto. A cavalgada terminará em frente à boate, às 11h.
De acordo com a AVTSM, um ato ecumênico crioulo ocorrerá logo em seguida, às 13h, no Altar Monumento do Parque da Medianeira. Tradicionalmente, outro ato ecumênico também está marcado para as 19h na Igreja Episcopal Anglicana (rua Rio Branco), assim como o chamado barulhaço.
Octacílio era natural de São Gabriel e estudava zootecnia na UFSM. Já o primeiro Heitor estudava administração de empresas na UFSM.
Entenda
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.
Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas
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