MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

GM antecipa fim da produção do Classic em São José dos Campos


Acordo com o sindicato previa manutenção do setor até o fim do ano.
Decisão ameaça o emprego de 850 funcionários que estão em licença.

Carlos Santos Do G1 Vale do Paraíba e Região

Chevrolet Classic (Foto: Divulgação)Chevrolet Classic continua a ser produzido em
Rosário (ARG) e no Grande ABC.(Foto: Divulgação)
A General Mortors anunciou na tarde desta sexta-feira (16) a antecipação do fim da produção do Classic na planta de São José dos Campos, no interior de Sao Paulo, o que coloca em risco o emprego de 850 funcionários da unidade que estão em licença remunerada. Com isso, a empresa rompe um acordo feito com o Sindicato dos Metalúrgicos, que previa a manutenção do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA) em funcionamento até o fim deste ano. A unidade produzia 150 veículos por dia, cerca de 5% da produção total do veículo, que também é fabricando em São Caetano do Sul (SP) e Rosário, na Argentina.
De acordo com o diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, a montadora não tem condições de manter a produção do Classic na unidade de São José dos Campos. "Sabemos do compromisso que temos com os trabalhadores, mas chegamos a uma situação de inviabilidade financeira e decidimos suspender a produção do Classic. Mas queremos minorar o impacto aos trabalhadores", explicou.
Luiz Moan, diretor de assuntos institucionais da GM (Foto: Carlos Santos/G1)Luiz Moan, diretor de assuntos institucionais da GM
(Foto: Carlos Santos/G1)
Com a medida, 850 dos 897 empregados da GM que estão em licença remunerada correm o risco de perder seus empregos no dia 30 de agosto - quando os trabalhadores deveriam retornar à empresa. A licença foi prorrogada, pois anteriormente estava marcada para terminar no dia 26.
Mesmo assim, a montadora informou que está disposta a negociar uma solução para reduzir o impacto. "Não há decisão tomada (sobre os trabalhadores), queremos discutir com o sindicato. Estamos abertos a uma negociação para minorar o impacto às pessoas", disse Moan.
Uma nova rodada de negociação entre a GM e os metalúrgicos foi agendada para a próxima sexta-feira (23). Entre as medidas que podem ser negociadas estão um Programa de Demissão Voluntária (PDV) diferente do que está sendo oferecido e a extensão da licença remunerada até dezembro. O atual PDV segue até sexta-feira e até agora tem adesão de 178 funcionários.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros 'Macapá', disse que os trabalhadores exigem que a empresa cumpra o acordo e mantenha o MVA aberto até pelo menos o fim do ano. "Lamentamos essa decisão da GM, que rompe um acordo. Não existe justificativa. A empresa tem que assumir a responsabilidade, queremos que honrem o que ela firmou com a gente", afirmou.
Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Foto: Carlos Santos/G1)Macapá afirmou que sindicato exige o cumprimento
do acordo feito em março. (Foto: Carlos Santos/G1)
Ainda segundo Macapá, o sindicato deve iniciar na próxima semana um processo de mobilização dos metalúrgicos e não descarta acionar a Justiça para que o acordo seja cumprido. "Podemos ingressar na Justiça, podemos fazer pressão política no governo porque é um desrespeito o que a GM quer fazer com os trabalhadores".

O MVA foi alvo de um impasse que durou quase um ano entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a empresa. A GM informou em julho de 2012 a intenção de fechar o setor e, após uma série de reuniões entre sindicato e empresa, foram demitidos quase 600 funcionários em março deste ano.

Investimentos
A unidade da GM em São José disputa com fábricas de outros dois países um investimento de R$ 2,5 bilhões com a implantação de uma nova linha de produção de veículos. Segundo Moan, ainda não há uma definição sobre o investimento. "Tem outros dois países em disputa, mas um deles já está praticamente descartado. Se for aqui daremos preferência a ex-funcionários, mas isso não significa garantia de emprego.", disse.

A montadora poderá gerar 2.500 empregos na cidade em 2017 - data prevista para o início da produção do novo modelo, que seria um compacto com grande volume de produção.

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